sexta-feira, 17 de maio de 2013

A revolução corporativa na internet

Por Giovana Baria*


Consideradas como porta de entrada,
as mídias online, como Facebook,
Twitter, entre outras, tornaram-se ponte
entre os públicos e as corporações.
Vivemos em um mundo dinâmico no qual milhares de notícias são transmitidas por minuto. Esse cenário, que exige rapidez, foi essencial para transformar as redes sociais em um dos principais instrumentos da comunicação moderna. Servindo como filtro para que cada indivíduo tenha acesso às informações de seu próprio interesse, essa ferramenta digital serve como formadora de redes de contatos.

A globalização e a conscientização das pessoas, que passaram a exigir transparência em todas as ações das organizações, foram alguns dos fatores que levaram as empresas a se inserirem nesse novo conceito de comunicação. Consideradas como porta de entrada, as mídias online, como Facebook, Twitter, entre outras, tornaram-se ponte entre os públicos e as corporações.

As redes têm como objetivo a interação entre pessoas, isso porque facilitam o diálogo de mão dupla e minimizam o ruído entre os comunicadores de ambos os lados.  Além disso, a inserção nos veículos online tornou-se essencial para alavancar os negócios, pois o consumidor tem preferência pela compra de produtos de empresas, que mantêm um canal direto e aberto com eles.

O desafio das organizações agora é saber como entrar nesse novo segmento, pois quem não está presente nesses novos canais acaba não sendo lembrado pelo grande público. Por esse motivo, recomenda-se o uso consciente das mídias corretas, para atingir os públicos desejados.

Mas como a inserção digital das empresas pode ser medida? Hoje, já existem ferramentas que podem medir a quantidade e a qualidade das citações que envolvem o nome de uma determinada organização. Além disso, dentro dessas mídias existem aplicativos que possibilitam a criação de links patrocinados, e-commerce, entre outros quesitos. Um case que pode explicitar essa situação é o do Ponto Frio, que divulgou ter faturado R$ 20 milhões, em 2012, apenas por meio das ações comerciais que integravam o Twitter e o Facebook.

Todas essas informações levam a crer que manter redes sociais só trazem benefícios para as organizações, porém, é preciso enxergar o lado do comportamento humano analisar como as pessoas estão participando e interagindo dentro desses grupos. Uma alusão clara a isso é a qualidade do treinamento dos funcionários responsáveis pelas atualizações das páginas corporativas. Se não forem bem treinados e não tiverem conhecimento das ferramentas que possibilitam a presença das instituições na web, pode ser um entrave para a marca institucional.

Outro ponto que vale ressaltar são as normas corporativas que devem ser disseminadas entre os colaboradores referentes ao uso das mídias sociais. Nesse regulamento deve estar explícito o poder dessa nova forma de comunicação de massa e o cuidado com as informações da organização, disseminadas nos ambientes virtuais.

Ainda de olho no consumidor, é indicado ter cautela ao monopolizar investimentos comunicacionais em apenas um tipo de veículo, seja ele tradicional ou digital. Existem pessoas que apresentam resistência ou não têm acesso ao uso de ferramentas online. Deste modo, é preciso continuar investindo em veículos como jornais e revistas impressos, rádio e televisão, que passam uma imagem confiável para os públicos não conectados.

Os investimentos nesses novos meios devem ser analisados constantemente, devido ao seu caráter transitório e dinâmico. Desde o final do século XX, não é mais possível estar ausente da web, pois, na Era Digital, as empresas correm o risco de ser vistas como ultrapassadas. Além disso, é necessário ser consciente e administrar os conteúdos publicados tendo em vista o mercado e seus consumidores, evitando ruídos na comunicação e estimulando a interação constante.

Fica claro, portanto, que estar presente nas redes sociais é importante, mas não deve ser tido como regra de conduta. Pensando na esfera empresarial, é necessário enxergar se, em longo prazo, a empresa será capaz de atender a novas demandas geradas pela mídia online. Apesar de ser um agregador de conteúdo e um facilitador na comunicação, o mais importante para as organizações ainda é desenvolver um bom planejamento e estreitar relacionamento com os seus públicos, independente das ferramentas que cada corporação optar por usar.

*Giovana Baria é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi, tem expertise em redação, comunicação interna e assessoria de imprensa, trabalhando em empresas como o Metrô de São Paulo e Editora Globo. Engajada em cultura, adquiriu ao longo dos anos experiência com relações internacionais e organização de eventos mundiais. Está agora se especializando em mídias digitais, na parte de planejamento e conteúdo web.

terça-feira, 14 de maio de 2013

PLM: mais que integração de processos, concepção colaborativa

Por Péricles Magrin*

"O PLM tornou-se para a indústria automotiva,
de bens de consumo, eletrônicos e de alta
tecnologia uma estratégia fundamental"

A estratégia de PLM - Product Lifecycle Management ou gerenciamento do ciclo de vida do produto nasceu da necessidade do mercado industrial em aumentar sua capacidade de produção e tornou-se uma das iniciativas mais bem sucedidas da atualidade. Não é para menos, enxugar custos e otimizar competências é o sonho de consumo de dez entre dez empresas em todo o mundo.

O termo “ciclo de vida do produto” foi utilizado pela primeira vez em 1920, por economistas, para definir o modus operandi da indústria automobilística. O conceito definiria as fases de evolução de um produto: sua concepção, desenvolvimento (incluindo análises e simulações), validação do produto, maturidade (pleno desenvolvimento, inserção e comportamento funcional no mercado nativo) e finalmente, sua obsolescência.

Com a complexidade da manufatura evoluindo, logo os projetos passaram a ser realizados em duas dimensões (2D). Mas, para que o processo pudesse aproximar-se ainda mais da realidade, houve então o aprimoramento para projeções em 3D. Esse novo instrumento possibilitava enxergar o produto com mais qualidade e ainda agregava a capacidade de se manipular todos os componentes antes de passar para o processo industrial. Daí para a implantação do PLM foi apenas um passo. A ferramenta permitia trabalhar com as equipes envolvidas no processo de forma integrada, possibilitando o gerenciamento de todo o ciclo de vida do produto, desde sua concepção até o final.

Por sua eficácia no controle dos custos, criação, design, desenvolvimento e produção, o PLM tornou-se para a indústria automotiva, de bens de consumo, eletrônicos e de alta tecnologia uma estratégia fundamental para aumentar a competitividade dos negócios em escala mundial.

No Brasil, a implantação de sistemas de PLM ainda está em processo embrionário. Apenas as companhias globais contam com esse tipo de gestão. Há um longo caminho a ser percorrido antes dos brasileiros compreenderem a visão geral que possibilita a implementação de estratégias ligadas ao gerenciamento do ciclo de vida do produto.

O PLM, no entanto, traz inúmeras vantagens competitivas. Se bem implementada, uma solução de PLM garante que as empresas promovam mais rapidamente a inovação de seus produtos, por meio de um ambiente colaborativo de gestão de processos, centralizando informações e recursos de toda organização. A solução, além de reduzir tempo, otimiza e testa os processos antes mesmo da fabricação, por isso reduz custos de produção evitando o retrabalho. Tudo é planejado previamente, nos mínimos detalhes, com objetivo de dar suporte à criação, produção, gerenciamento e distribuição das informações.

Mais que uma ferramenta de gestão, como SAP e ERP, o PLM é considerado uma estratégia corporativa, pois faz com que os diversos departamentos da companhia trabalhem como um só time capacitado em projetar, testar, executar, suportar e descontinuar produtos, segundo boas práticas recomendadas e reportando as lições aprendidas.

Para isso, três fatores críticos devem conduzir a implantação de uma estratégia de PLM: inovação, produção e agilidade. O canal deve integrar todas as áreas envolvidas com o projeto. As alterações são realizadas em tempo real e compartilhadas com todos os envolvidos, desde marketing, engenharia até produção e vendas.

A integração é feita por softwares com tecnologia web, como por exemplo, cloud computing, que mantêm o ambiente colaborativo, propiciando um melhor gerenciamento e possibilitando a melhoria contínua em todas as etapas do processo, o que torna a organização mais competitiva no mercado.

Com mais visibilidade e total controle sobre o desenvolvimento de um produto, é possível aos executivos tomarem suas decisões com mais segurança, com base em informações sólidas e acompanhamento dos processos em tempo real. Isso possibilita um melhor planejamento do portfólio de materiais, redução de custos e de tempo de produção, além de otimizar os processos de decisão no lançamento de produtos. Mais eficiência, maior rentabilidade.

Empresários brasileiros devem ficar mais atentos às soluções de PLM, para garantir mais flexibilidade e agilidade de seus negócios e, assim se preparar para a revolução que está surgindo na forma de conduzir equipes para responder, de maneira mais eficiente, às mudanças e à competitividade da concorrência. Manter consultorias externas de PLM também pode ser um começo para acelerar a inovação, otimizar processos e crescer de forma sustentável.

Péricles Magrin é Enterprise Sales Executive da RTT do Brasil (www.rttbrasil.com). Atuou como Senior Sales Executive da Siemens PLM Software. Possui 19 anos de experiência nos segmentos de tecnologia da informação, telecomunicações e Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto (PLM). E-mail: mailto: rttbrasil@rttbrasil.com.