sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Copa e a indústria

Por Ricardo Martins*

Ricardo Martins é diretor do CIESP Leste
A perspectiva de crescimento da economia brasileira este ano está abaixo dos 2%, segundo os próprios bancos oficiais. Enquanto isso, o governo federal está preocupado com as obras para a Copa do Mundo, da qual o principal beneficiário é a Fifa. Relegados ao segundo plano, os assuntos de interesse público como desenvolvimento econômico e industrial e as reformas tributária e política parecem ter sido transferidos para o próximo governo, após as eleições do ano que vem.

De certa forma, a provável desaceleração para qual ruma o Brasil indica aos olhares internacionais que era falso o otimismo que o País sustentou para realizar os megaeventos esportivos. O total previsto de investimentos, público e privado, para o espetáculo da Copa do Mundo de 2014 é de R$ 183 bilhões, com isso, o governo espera arrecadar tributos no valor R$ 16,8 bi aos cofres públicos. Porém, só em obras de para mobilidade urbana, portos, aeroportos, infraestrutura turística e serviços, já foram gastos R$ 28,1 bilhões.

Já as obras necessárias para o nosso desenvolvimento econômico, como a duplicação das rodovias que afunilam o transporte de produtos industrializados entre os Estados, continuam estagnadas. E nós, brasileiros, temos que assistir o governo federal tentando vender uma imagem de opulência no exterior, visivelmente preocupado com a reeleição presidencial.

Diz o governo que esta é uma oportunidade histórica para a promoção do desenvolvimento do País. Será? Ou seria apenas um megaevento de negócios com ares de competição esportiva? Quem ficará com os lucros do evento? Certamente, não os brasileiros, nem os trabalhadores e nem os empresários industriais.

A presidente tem repetido inúmeras vezes que o dinheiro empregado na construção dos estádios para a Copa não vem do Orçamento federal, que apenas foram concedidos empréstimos pelo BNDES, com teto de R$ 400 milhões por projeto. Só que ela esquece que os financiamentos do BNDES são títulos da dívida pública, a qual é paga com a arrecadação de impostos de toda a Nação.

Os recursos alocados como subsídios e renúncia fiscal, oferecidos pelas várias instâncias dos governos, poderiam sim ser empregados em projetos que evitassem prejuízos aos empresários e na geração de empregos para os trabalhadores - pesquisa da Grant Thornton Brasil aponta que apenas 1% dos empresários acredita na elevação do nível de emprego no País.

Da maneira com que foi montado o espetáculo da Copa da Fifa, não existe nenhum impacto na indústria nacional, a não ser o pequeno aumento do consumo de aço e concreto, mas de resto, a indústria não sente nada favorável em decorrência da Copa. Também não encontra nenhuma relação entre a construção dos estádios esportivos e desenvolvimento econômico regional, tornando falso o propalado “legado da Copa”.

Lamentavelmente só temos coisas ruins acontecendo com a indústria e não há nenhuma boa perspectiva para este ano. Estudo do IBGE acaba de indicar recuo de 2% da atividade industrial. A falta de uma política econômica para evitar a estagnação nacional é preocupante. Precisamos de mudanças estruturais capazes de desburocratizar o sistema tributário, de modernizar as relações trabalhistas, de promover a inovação tecnológica na indústria, de investir em mão de obra especializada, de coragem para arrochar os gastos públicos, evitar a invasão de produtos importados e o endividamento da população.

Com o aumento da taxa Selic, no mês de julho, para 8,5% ao ano, o cenário, que já era trágico para a indústria brasileira, piorou. Todos sabem que taxas elevadas de juros colaboram por frear ainda mais a economia. Então, não é preciso bola de cristal para prever que não há sinais de recuperação em curto ou médio prazo. A política de aumento de juros, sem a revisão consciente dos gastos públicos, eleva ainda mais os custos de produção e de transporte dos bens industriais.

Se não forem revistas essas diretrizes econômicas, concentrando o foco no aumento da competitividade, no estímulo à atividade econômica industrial e na contenção dos gastos governamentais, só nos resta torcer para que o Brasil não ganhe o hexa, o que é difícil para qualquer um. Só assim é possível que haja uma grande renovação dos políticos que aí estão, pois caso o Brasil ganhe, eles é que farão a própria festa mais uma vez.

* Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) - Distrital Leste (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Também é vice-presidente do SICETEL - Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos. E-mail: linkciespleste@linkportal.com.br.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

As classes emergentes e as novas mídias

Por Fabio Rodrigues*

Fabio Rodrigrues é CEO da Mídia & Cupom
Com um aumento significativo nos últimos anos, as classes emergentes influenciadas pela economia, a abertura de crédito e todas as facilidades de negociação de compra de produtos, tem movido o mercado brasileiro de maneira surpreendente. As empresas e, até mesmo o governo, têm observado e analisado esse fenômeno e devem se preparar estrategicamente para avançar neste mercado e conversar com esse público.

As faixas C, D e E representam 85% da população brasileira, sendo a classe C a que mais cresce, com 105 milhões de pessoas atualmente. Para quem quer alcançar esse público, o ideal é preocupar-se com planejamentos de comunicação sólidos. Essa é a melhor forma de atender o perfil deste consumidor emergente, que cresce a cada ano e necessita de uma adequação no planejamento estratégico de comunicação e marketing com competências cada vez mais customizadas. Aquele que souber adaptar suas ações e ferramentas a essa classe, aumentará notoriamente o seu alcance e influenciará a classe emergente. Displays no ponto de venda, promoções na televisão, propagandas em rádio, redes sociais, sites etc. são as ações que costumam ser feitas para chegar até essa audiência. 

O consumo somente da classe C chegou a R$ 1 tri em 2012. Esse novo público descobriu os mercados de higiene, eletrodomésticos, beleza e tende a abrir novos segmentos. Até 2015, esse número deve crescer 50% e atingir os R$ 1,5 tri. Com essa ebulição, surge a necessidade inegável de comunicação, tanto das marcas quanto dos governos, com essa população cada vez mais conectada e consciente das suas próprias necessidades e por isso, o diálogo deve ser intenso, transparente e principalmente, direto. Reafirmar valores e códigos culturais deve ser tema de preocupação para corporações e para o poder público.

Com informações detalhadas sobre o comportamento desse público, as estratégias devem ser direcionadas a atingi-lo e as ditas novas mídias são a maneira mais rápida e eficaz de estabelecer essa conversa. Antes, as campanhas eram feitas por meio de programas populares de televisão e rádio e transporte de massa. No novo panorama, em que o público passa a ter maior poder aquisitivo, são abertos novos canais de comunicação, alterando a rotina e alguns padrões de comportamento. Vivemos uma época de convergência de mídias onde é preciso usar, assim como as classes emergentes, ferramentas digitais para interação.

O celular pré-pago é um produto que está nas mãos desse público que ascende ao consumo e à informação, por isso, o cupom de recarga tornou-se um canal de publicidade direta que consegue abranger todas essas necessidades. De acordo com dados da Teleco, o Brasil já possui 262 milhões de aparelhos celulares, o que corresponde a 1,3 aparelhos por pessoa. Cerca dos 42% dos consumidores brasileiros, entre 25 e 44 anos, já fizeram alguma compra após receber uma mensagem promocional via celular. No caso da classe emergente, 210 milhões de consumidores dos segmentos B-, C e D usam celulares pré-pagos, que necessitam de recarga. Nada mais simples para atingi-los, que usar a mídia via cupom de recarga.

Isso porque máquinas de recarga estão presentes em supermercados, farmácias, bancas de jornal, mercearias, lojas de conveniência, postos de gasolina e em uma infinidade de pontos de venda que estão inseridos no dia a dia dessas classes emergentes. Por meio da propaganda no cupom de recarga é possível fazer promoções imediatas ou consolidação de marca, para um público segmentado que pode atingir até 44 milhões de pessoas mensalmente em mais de 165 mil pontos de venda em todo País, chegando a um alcance que nenhuma outra mídia chegou.

Temos então, a exigência de uma nova forma de comunicação com essa sociedade emergente que recém adquiriu acesso ao consumo e à informação e busca isso por meio das mais modernas ferramentas de comunicação. Cabe às empresas e governantes planejar e assim, proporcionar novas formas de comunicação em massa que atendam diretamente este público.

* Fabio Rodrigues é CEO da Mídia & Cupom, formado em administração pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Marketing and Services pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - www.midiaecupom.com.br. E-mail:linkmidiaecupom@linkportal.com.br.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

HQ na Comunicação Interna

Olá, como vai?

Meu nome é Alexandre Nagado e estou há mais de 20 anos no mercado corporativo desenvolvendo projetos para as áreas de Marketing, Comunicação e Recursos Humanos, visando a melhoria da comunicação interna e desenvolvimento de pessoas, por meio de Histórias em Quadrinhos institucionais e ilustrações, sistema que chamo de Modelo HQ de Comunicação.

O Modelo HQ de Comunicação é um formato criativo e diferenciado de comunicação, no qual personagens são criados e apresentados no formato de HQs (histórias em quadrinhos) para que uma mensagem, informação ou conteúdo institucional tenha seu poder de transmissão ampliado e que a mensagem seja assimilada numa escala muito mais satisfatória. Combinando imagens e textos de forma única, os quadrinhos permitem grande poder de fixação de ideias, conceitos e informações, conseguindo êxito ao atrair a atenção de leitores de qualquer faixa etária ou nível hierárquico para o tema escolhido.

Esse modelo visual e didático tem efeito muito positivo quando os personagens criados representam os próprios funcionários da empresa, pois toda a criação da HQ (seja ela apresentada no formato de encarte, newsletter, revista ou intranet) representa situações e cenários com os quais o público-alvo se identifica. Confira aqui algumas empresas e instituições nas quais esse inovador modelo de comunicação já foi aplicado.

Conheça o meu portfolio e entre em contato agora com a LINK Portal da Comunicação e veja como desenvolver um projeto sob medida para suas necessidades.

Aguardamos seu breve contato.
Um abraço,

Alexandre Nagado

Quadrinista

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Indústria brasileira refém dos impostos

Por Ricardo Martins*


Ricardo Martins é diretor do CIESP Leste.
A partir deste mês, passa a ser obrigatório incluir na nota fiscal todos os impostos embutidos sobre os produtos. A proposta é bem intencionada: o consumidor deverá saber o quanto paga de carga tributária no preço final do bem adquirido. Infelizmente de boas intenções o inferno está cheio e mais esta obrigação só trará resultados quando a população passar a exigir uma diminuição no volume de impostos cobrados dela. Esperemos que seja logo.

O grande problema é que, no Brasil, as dificuldades com relação ao sistema de impostos não são apenas o tamanho a carga, mas também toda a burocracia que envolve o seu pagamento. Para se ter ideia, são 88 tributos no País e os governos federal, estaduais e municipais já editaram mais de 290 mil normas tributárias, uma média de 30 por dia, desde 1988. Existem ao menos 11,2 milhões diferentes combinações de impostos a serem declaradas. Precisamos simplificar essa parafernália tributária e desonerar a indústria dessa rede de tributos, taxas, impostos e contribuições, que entram em vigor numa velocidade espantosa, deixando as empresas sujeitas a serem auditadas e penalizadas nas fiscalizações. Além disso, o excesso de tributos dificulta a competitividade no Brasil e encarece os produtos manufaturados.

Com tanta norma surgindo a cada dia, ao invés de produzir, que é o seu core-business, a indústria brasileira gasta 2.600 horas por ano, tentando desvendar esse labirinto de taxas, tal a sua complexidade. Para isso, precisa ter mais profissionais trabalhando em áreas administrativas e esse excesso de burocracia tributária custa às empresas cerca de R$ 46,3 bilhões por ano.
É muito importante que os burocratas do governo entendam, de uma vez por todas, que a indústria brasileira não suporta mais o caótico sistema tributário e nos deem uma trégua na edição de normas, portarias e outras maldades que nos atingem a cada instante e não nos deixam trabalhar naquilo que sabemos fazer: produzir.

Quanto ao tamanho da carga tributária, estudos recentes mostram que 40% do PIB (Produto Interno Bruto) é formado pela arrecadação de impostos. Na década de 90, a carga tributária era de 24% do PIB. Já 40,3% (em média) do preço da indústria no Brasil resultam do recolhimento de impostos. Assim, uma garrafa de vinho paga 45% de tributos antes de ir ao consumidor. Esses indicadores comprovam como os impostos altos impactam diretamente no crescimento da indústria nacional.

Nossa carga tributária é a maior dentre os países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e mais pesada que as taxas registradas nos Estados Unidos, Japão, México e Coreia do Sul. Esse é o grande entrave para a competitividade do País frente aos competidores internacionais, já que causa desvantagem nos preços de nossos produtos.

O futuro da indústria depende urgentemente da redução da carga tributária. Precisamos de alíquotas menores para que as empresas brasileiras consigam reagir à desaceleração anunciada da economia (a taxa Selic vai continuar subindo para controlar a inflação). Isto e a desoneração da Folha de Pagamento, cujos encargos são tão caóticos quanto à nossa política de impostos.

O mais interessante é que a máquina administrativa continua a inchar, como se nada estivesse ocorrendo, exigindo cada vez mais arrecadação. Nos últimos oito anos, os gastos com pessoal aumentaram 133% no governo federal. Enquanto isso, a indústria nacional é massacrada por essa fome arrecadadora do Fisco.

No Brasil temos impostos sobre impostos. Isso mesmo, tributação em efeito cascata. Muitas vezes, o produto é tributado duas ou três vezes durante a cadeia produtiva. Nosso anseio é zerar a cumulatividade dos impostos, evitando a bitributação ou a multitributação.

A simplificação de impostos como o ICMS, mudando-o para uma só alíquota interestadual, já seria um passo. A substituição do PIS, Cofins, Contribuição Social e IPI por um único tributo cobrado no imposto de renda, seria mais um avanço.

Outro problema é a tarifação de energia elétrica para a indústria. Segundo a Agência Internacional de Energia, nossa tarifa é, em média, 50% mais cara que outros 27 países do mundo e 13
4% maior do que os outros integrantes do BRIC.

Não vamos nem falar da má gestão do dinheiro público, mas o que se percebe é que o brasileiro paga muito, mas não vê os benefícios que essa arrecadação toda deveria trazer.

É visível a perda de capacidade competitiva da indústria nacional tanto pelo peso da carga tributária, como pela falta de investimentos e pela deficiência logística. Com isso, o produto importado vem tomando o mercado nacional, fazendo com que o PIB industrial esteja em constante desaceleração. A indústria brasileira carece de igualdade de condições com seus concorrentes no exterior, é necessário uma grande mudança de mentalidade que permita uma reforma tributária, por menor que seja.

Em nosso ponto de vista três itens devem ser atacados quando se fala em reforma tributária. Precisamos diminuir a burocracia, reduzir o custo dos impostos e melhorar a gestão dos recursos. Só isso permitiria um aumento de produtividade capaz de colocar a indústria de volta aos trilhos que levam ao crescimento que o Brasil necessita.

* Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) - Distrital Leste (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Também é vice-presidente do SICETEL - Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos. E-mail: linkciespleste@gmail.com.

O valor da marca

Por Aline Terras*


O cenário mercadológico fez com que  as marcas
 se tornassem o principal rendimento  das empresas,
chegando a valer  bilhões de dólares no mercado.
O cenário mercadológico fez com que as marcas se tornassem o principal rendimento das empresas, chegando a valer bilhões de dólares no mercado.

O capitalismo, derivado da Revolução Industrial, é o principal responsável pela existência das marcas tais como as conhecemos hoje. Devido às tecnologias aplicadas na época, como a produção em escala, os produtos passaram a adotar novas estratégias para manter-se no mercado, desenvolvendo vantagens competitivas que estimulassem o consumidor a comprar seu produto ou serviços.

Atualmente, com produtos alinhados no quesito qualidade, as marcas tornaram-se a principal diferenciação para agregar valor ao negócio das organizações. Visando atender aos desejos e necessidades dos clientes, elas são as responsáveis por disseminar suas convicções e fazer com que eles enxerguem a posse do produto como ganho de status. Todo esse cenário mercadológico fez com que as marcas se tornassem o principal rendimento das empresas, chegando a valer bilhões de dólares no mercado.

De olho no mercado consumidor, é necessário que os detentores das marcas tenham um cuidado especial com a comunicação realizada. Isto porque se as mensagens não forem bem direcionadas para os públicos definidos previamente, podem acabar sofrendo do fenômeno chamado “entropia marcária”. Este termo refere-se à dificuldade de compreensão das pessoas perante alguma comunicação ou dado disponibilizado pelas organizações. Esse efeito pode ser prejudicial para as empresas, causando desgastes para sua imagem institucional, o que pode impactar no fim da cadeia comercial.

O ranking BrandZ ,divulgado pela consultoria Millward Brown, lista a valorização das principais marcas mundiais em 2012 e serve de base para demonstrar o quanto as empresas são afetadas por esse fator institucional. Uma das maiores redes de fast food mundial, o Mc Donald’s, teve uma desvalorização de 5%, enquanto empresas de tecnologia como Google e Apple tiveram taxas de crescimento elevadas. Mas como uma marca alimentícia, com mais de 50 anos de existência, tem queda acentuada e marcas relativamente novas no mercado têm crescido todos os anos?

Isto pode ser explicado por duas grandes tendências que vêm afetando a vida das pessoas no mundo inteiro: a conquista de uma vida mais saudável e a ampliação da conectividade das pessoas na Internet. No primeiro caso, relacionado ao Mc Donald’s, a busca por uma alimentação correta e o combate de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade, são alguns dos fatores que afastam os consumidores do fast food. No segundo caso, que aborda as empresas de tecnologia, a disseminação do uso de Internet nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos e o aumento dos aplicativos que facilitam a vida das pessoas, minimizando o tempo gasto em atividades diárias, são as principais causas da valorização de marcas como Google e Apple.

Essas novas tendências vieram para ficar e cabe às empresas se adaptarem a esse novo mercado, sem que isso mude seu core business. Prova disso é a Coca-Cola, que vem se mantendo na sexta posição do ranking, investe pesado em produtos de baixa caloria e amplifica suas categorias, criando novos produtos como sucos e até mesmo roupas.

Em uma época na qual a concorrência chega quase a ser desleal, empresas que não criam uma identidade com a qual seus consumidores se identificam estão fadadas ao decrescimento. É necessário criar estratégias que foquem em relacionamento, mídia, comunicação, e investir pesado na marca institucional, pois só assim as empresas podem criar uma sobrevida no mercado competitivo conquistando maior fati
a de share. Além disso, é necessário que o desempenho dessas estratégias seja analisado no dia a dia, pois, qualquer deslize pode ser fatal para as organizações, criando lascas em sua imagem e reputação.

*Aline Terras é formada em Relações Públicas pela Universidade Metodista de São Paulo, e pós-graduanda em Comunicação e Marketing. Tem experiência em comunicação interna e assessoria de imprensa, principalmente nos segmentos de beleza, moda e luxo. Atualmente faz parte do LINK Team (www.linkportal.com.br) E-mail: linkalineterras@linkportal.com.br.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A revolução corporativa na internet

Por Giovana Baria*


Consideradas como porta de entrada,
as mídias online, como Facebook,
Twitter, entre outras, tornaram-se ponte
entre os públicos e as corporações.
Vivemos em um mundo dinâmico no qual milhares de notícias são transmitidas por minuto. Esse cenário, que exige rapidez, foi essencial para transformar as redes sociais em um dos principais instrumentos da comunicação moderna. Servindo como filtro para que cada indivíduo tenha acesso às informações de seu próprio interesse, essa ferramenta digital serve como formadora de redes de contatos.

A globalização e a conscientização das pessoas, que passaram a exigir transparência em todas as ações das organizações, foram alguns dos fatores que levaram as empresas a se inserirem nesse novo conceito de comunicação. Consideradas como porta de entrada, as mídias online, como Facebook, Twitter, entre outras, tornaram-se ponte entre os públicos e as corporações.

As redes têm como objetivo a interação entre pessoas, isso porque facilitam o diálogo de mão dupla e minimizam o ruído entre os comunicadores de ambos os lados.  Além disso, a inserção nos veículos online tornou-se essencial para alavancar os negócios, pois o consumidor tem preferência pela compra de produtos de empresas, que mantêm um canal direto e aberto com eles.

O desafio das organizações agora é saber como entrar nesse novo segmento, pois quem não está presente nesses novos canais acaba não sendo lembrado pelo grande público. Por esse motivo, recomenda-se o uso consciente das mídias corretas, para atingir os públicos desejados.

Mas como a inserção digital das empresas pode ser medida? Hoje, já existem ferramentas que podem medir a quantidade e a qualidade das citações que envolvem o nome de uma determinada organização. Além disso, dentro dessas mídias existem aplicativos que possibilitam a criação de links patrocinados, e-commerce, entre outros quesitos. Um case que pode explicitar essa situação é o do Ponto Frio, que divulgou ter faturado R$ 20 milhões, em 2012, apenas por meio das ações comerciais que integravam o Twitter e o Facebook.

Todas essas informações levam a crer que manter redes sociais só trazem benefícios para as organizações, porém, é preciso enxergar o lado do comportamento humano analisar como as pessoas estão participando e interagindo dentro desses grupos. Uma alusão clara a isso é a qualidade do treinamento dos funcionários responsáveis pelas atualizações das páginas corporativas. Se não forem bem treinados e não tiverem conhecimento das ferramentas que possibilitam a presença das instituições na web, pode ser um entrave para a marca institucional.

Outro ponto que vale ressaltar são as normas corporativas que devem ser disseminadas entre os colaboradores referentes ao uso das mídias sociais. Nesse regulamento deve estar explícito o poder dessa nova forma de comunicação de massa e o cuidado com as informações da organização, disseminadas nos ambientes virtuais.

Ainda de olho no consumidor, é indicado ter cautela ao monopolizar investimentos comunicacionais em apenas um tipo de veículo, seja ele tradicional ou digital. Existem pessoas que apresentam resistência ou não têm acesso ao uso de ferramentas online. Deste modo, é preciso continuar investindo em veículos como jornais e revistas impressos, rádio e televisão, que passam uma imagem confiável para os públicos não conectados.

Os investimentos nesses novos meios devem ser analisados constantemente, devido ao seu caráter transitório e dinâmico. Desde o final do século XX, não é mais possível estar ausente da web, pois, na Era Digital, as empresas correm o risco de ser vistas como ultrapassadas. Além disso, é necessário ser consciente e administrar os conteúdos publicados tendo em vista o mercado e seus consumidores, evitando ruídos na comunicação e estimulando a interação constante.

Fica claro, portanto, que estar presente nas redes sociais é importante, mas não deve ser tido como regra de conduta. Pensando na esfera empresarial, é necessário enxergar se, em longo prazo, a empresa será capaz de atender a novas demandas geradas pela mídia online. Apesar de ser um agregador de conteúdo e um facilitador na comunicação, o mais importante para as organizações ainda é desenvolver um bom planejamento e estreitar relacionamento com os seus públicos, independente das ferramentas que cada corporação optar por usar.

*Giovana Baria é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi, tem expertise em redação, comunicação interna e assessoria de imprensa, trabalhando em empresas como o Metrô de São Paulo e Editora Globo. Engajada em cultura, adquiriu ao longo dos anos experiência com relações internacionais e organização de eventos mundiais. Está agora se especializando em mídias digitais, na parte de planejamento e conteúdo web.

terça-feira, 14 de maio de 2013

PLM: mais que integração de processos, concepção colaborativa

Por Péricles Magrin*

"O PLM tornou-se para a indústria automotiva,
de bens de consumo, eletrônicos e de alta
tecnologia uma estratégia fundamental"

A estratégia de PLM - Product Lifecycle Management ou gerenciamento do ciclo de vida do produto nasceu da necessidade do mercado industrial em aumentar sua capacidade de produção e tornou-se uma das iniciativas mais bem sucedidas da atualidade. Não é para menos, enxugar custos e otimizar competências é o sonho de consumo de dez entre dez empresas em todo o mundo.

O termo “ciclo de vida do produto” foi utilizado pela primeira vez em 1920, por economistas, para definir o modus operandi da indústria automobilística. O conceito definiria as fases de evolução de um produto: sua concepção, desenvolvimento (incluindo análises e simulações), validação do produto, maturidade (pleno desenvolvimento, inserção e comportamento funcional no mercado nativo) e finalmente, sua obsolescência.

Com a complexidade da manufatura evoluindo, logo os projetos passaram a ser realizados em duas dimensões (2D). Mas, para que o processo pudesse aproximar-se ainda mais da realidade, houve então o aprimoramento para projeções em 3D. Esse novo instrumento possibilitava enxergar o produto com mais qualidade e ainda agregava a capacidade de se manipular todos os componentes antes de passar para o processo industrial. Daí para a implantação do PLM foi apenas um passo. A ferramenta permitia trabalhar com as equipes envolvidas no processo de forma integrada, possibilitando o gerenciamento de todo o ciclo de vida do produto, desde sua concepção até o final.

Por sua eficácia no controle dos custos, criação, design, desenvolvimento e produção, o PLM tornou-se para a indústria automotiva, de bens de consumo, eletrônicos e de alta tecnologia uma estratégia fundamental para aumentar a competitividade dos negócios em escala mundial.

No Brasil, a implantação de sistemas de PLM ainda está em processo embrionário. Apenas as companhias globais contam com esse tipo de gestão. Há um longo caminho a ser percorrido antes dos brasileiros compreenderem a visão geral que possibilita a implementação de estratégias ligadas ao gerenciamento do ciclo de vida do produto.

O PLM, no entanto, traz inúmeras vantagens competitivas. Se bem implementada, uma solução de PLM garante que as empresas promovam mais rapidamente a inovação de seus produtos, por meio de um ambiente colaborativo de gestão de processos, centralizando informações e recursos de toda organização. A solução, além de reduzir tempo, otimiza e testa os processos antes mesmo da fabricação, por isso reduz custos de produção evitando o retrabalho. Tudo é planejado previamente, nos mínimos detalhes, com objetivo de dar suporte à criação, produção, gerenciamento e distribuição das informações.

Mais que uma ferramenta de gestão, como SAP e ERP, o PLM é considerado uma estratégia corporativa, pois faz com que os diversos departamentos da companhia trabalhem como um só time capacitado em projetar, testar, executar, suportar e descontinuar produtos, segundo boas práticas recomendadas e reportando as lições aprendidas.

Para isso, três fatores críticos devem conduzir a implantação de uma estratégia de PLM: inovação, produção e agilidade. O canal deve integrar todas as áreas envolvidas com o projeto. As alterações são realizadas em tempo real e compartilhadas com todos os envolvidos, desde marketing, engenharia até produção e vendas.

A integração é feita por softwares com tecnologia web, como por exemplo, cloud computing, que mantêm o ambiente colaborativo, propiciando um melhor gerenciamento e possibilitando a melhoria contínua em todas as etapas do processo, o que torna a organização mais competitiva no mercado.

Com mais visibilidade e total controle sobre o desenvolvimento de um produto, é possível aos executivos tomarem suas decisões com mais segurança, com base em informações sólidas e acompanhamento dos processos em tempo real. Isso possibilita um melhor planejamento do portfólio de materiais, redução de custos e de tempo de produção, além de otimizar os processos de decisão no lançamento de produtos. Mais eficiência, maior rentabilidade.

Empresários brasileiros devem ficar mais atentos às soluções de PLM, para garantir mais flexibilidade e agilidade de seus negócios e, assim se preparar para a revolução que está surgindo na forma de conduzir equipes para responder, de maneira mais eficiente, às mudanças e à competitividade da concorrência. Manter consultorias externas de PLM também pode ser um começo para acelerar a inovação, otimizar processos e crescer de forma sustentável.

Péricles Magrin é Enterprise Sales Executive da RTT do Brasil (www.rttbrasil.com). Atuou como Senior Sales Executive da Siemens PLM Software. Possui 19 anos de experiência nos segmentos de tecnologia da informação, telecomunicações e Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto (PLM). E-mail: mailto: rttbrasil@rttbrasil.com.