Favela de Antares: Ernani Alves, repórter da Band (dir.), que estava com o colega de trabalho, o cinegrafista Gelson Domingos, minutos antes dele ser baleado (Fernando Quevedo / Agência O Globo) |
É a
2ª queda mais acentuada entre países da América Latina, diz organização
O
Brasil caiu 41 posições no Ranking de Liberdade de Imprensa, realizado
anualmente pela organização Repórteres Sem Fronteiras. O país caiu do 58º
lugar, que ocupava em 2010, para o 99º, no levantamento 2011-2012 divulgado
nesta quarta-feira. Esta é a segunda queda mais acentuada entre os países da
América Latina, destaca a entidade, que relaciona o péssimo desempenho
brasileiro ao "alto índice de violência" e a mortes de
jornalistas no ano passado (sem detalhar, a organização fala em três
casos; em novembro, um
cinegrafista foi morto ao cobrir uma ação do Bope no Rio).
Só o Chile registrou performance pior que a brasileira na região, perdendo 47
colocações, principalmente em função dos protestos
estudantis. A pesquisa, que completa uma
década, atribui notas a 179 países de acordo com os perigos que os
profissionais da imprensa encontram para trabalhar (os melhores colocados
recebem pontuação negativa).
"Este
ano, o ranking apresenta o mesmo grupo de países no topo. Entre as nações estão
Finlândia, Noruega e Holanda, que respeitam a liberdade básica. Isso é um
lembrete de que a independência da mídia só pode ser mantida em democracias
fortes e que a democracia precisa de liberdade de imprensa", destacam os
Repórteres Sem Fronteiras, em comunicado. "Vale a pena notar a entrada de
Cabo Verde e Namíbia para o Top 20 - dois países africanos onde nenhuma
tentativa de obstrução do trabalho da imprensa foi relatado em 2011",
acrescentam.
Ditaduras - Já na outra ponta da
tabela, entre as piores colocações, não há surpresas. "Ditaduras que não
permitem qualquer liberdade civil ocupam novamente os últimos três lugares
(Turcomenistão, Coreia do Norte e Eritreia). Este ano, eles são imediatamente
precedidos por Síria, Irã e China, "países que parecem ter perdido o
contato com a realidade, pois têm sido sugados para dentro de uma espiral louca
de terror", enfatiza a organização.
Além
da Síria, outros países
atingidos pelas revoltas árabes, como Egito,
Iêmen e Barein, também apresentam índices alarmantes. "Muitos meios de
comunicação pagaram caro pela cobertura das aspirações democráticas ou
movimentos da oposição. A censura passou a ser uma questão de sobrevivência
para os regimes totalitários e repressivos."
Confira, abaixo, o desempenho de cada país:
1º -
Finlândia
Noruega
3º - Estônia
Holanda
5º - Áustria
...
47º - Estados Unidos
...
99º - Brasil
...
175º - Irã
176º - Síria
Fonte: Veja On line
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