terça-feira, 27 de agosto de 2013

Por que investir na comunicação em tempo de crise?

Por Clarice Pereira*


Clarice Pereira é jornalista e especialista em
marketing.
A comunicação é reconhecida como uma das ferramentas mais úteis na estratégia empresarial de captar e fidelizar clientes. É fato! Todos querem e precisam crescer, aparecer, vender, conseguir ultrapassar os concorrentes e manter a sustentabilidade de seus negócios.

Os instrumentos de comunicação permitem construir e melhorar a imagem de uma empresa, entidades e pessoas até conquistar de novos consumidores, novos seguidores. Também possibilita que as empresas posicionem-se em seu mercado de atuação. Alcançar a meta desejada depende de uma estratégia bem elaborada e que caiba no bolso do investidor. Para ser estratégica, a comunicação deve obrigatoriamente estar alinhada ao pensamento, aos negócios e aos objetivos do empreendimento.

Pode parecer uma premissa contraditória, mas em tempos de desaceleração da economia, o primeiro pensamento do empresário é cortar custos e despesas. Inversamente do que propomos para ganhar mercado, as primeiras reduções normalmente recaem sobre os investimentos em comunicação. Os cortes atingem até mesmo aquelas ações mínimas, básicas, como o material de vendas: um folder ou um catálogo mercadológico. Essas reduções acontecem, garantem os administradores, para que as empresas ganhem fôlego financeiro e continuem custeando aquilo que acreditam ser realmente necessário à sua permanência.

De uma hora para outra, a comunicação, que devia ser estratégica, passa a ser vista como se não fosse primordial e responsável por manter as receitas no azul. Sob essa análise, o que garantirá que os serviços e produtos continuem a serem vistos e adquiridos?

Lembremos que são as ferramentas de marketing as responsáveis pela colocação de produtos e serviços no mercado. E o que vende uma imagem, senão os instrumentos de comunicação?

Esse ferramental não pode ser visto como um custo desnecessário e sim como um investimento para alcançar clientes e fazer a empresa permanecer longeva. Não fosse esse o caso, marcas como Coca-cola ou Microsoft poderiam se dar ao luxo de não mais investir em estratégias de comunicação de massa.

Defendo que a comunicação não pode ser tratada de forma secundária! Caso não seja possível manter-se como um exímio anunciante em cadeia nacional e investir cifras vultuosas em campanhas publicitárias, ainda pode-se pensar em formas mais baratas e criativas, que nem por isso, deixam de ser funcionais.

Vamos fazer a lição de casa: como anda o seu banco de dados? Atualizado? Você pode fazer uma simples campanha, sem grandes investimentos, distribuindo e-mail marketing aos seus clientes ou enviando uma newsletter para as pessoas de seu relacionamento!  Como está o seu canal de vendas on-line? A internet atualmente é considerada como uma excelente ferramenta de comunicação, 97% das empresas costumam cotar pela web antes de escolher e comprar. Ainda existem muitos outros meios e formas de comunicação, basta adequá-los à realidade de cada organização.

A comunicação tem suas particularidades, existem sim os grandes investimentos em produção, anúncios e divulgações que podem dar excelentes resultados, mas também muitas ações estratégicas podem ser definidas a um custo menor, compatível com o que a empresa pode investir no momento. O que garantirá seu sucesso é o alinhamento da forma de comunicação às necessidades de cada empresa. Para isso é preciso saber onde se está e onde se quer chegar.

Tenha em mente que, os resultados só virão para aqueles que formarem uma imagem positiva junto ao público-alvo. Os investimentos em comunicação não podem parar. Para ser reconhecido e ter produtos ou serviços procurados pelos consumidores, a propaganda ainda continua a ser a alma do negócio!

*Clarice Pereira é jornalista, formada pela USP – Universidade de São Paulo e especialista em marketing, pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing. Atualmente comanda a LINK Portal da Comunicação (www.linkportal.com.br), assessoria de comunicação integrada, fundada há mais de 10 anos. E-mail: linkcomunicacao@linkportal.com.br.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Brasil, bola da vez na comunicação interna

Por Márcia Brandão* 

O clima da Copa do Mundo pode
ajudar a comunicação interna a
promover a integração entre
as equipes.
No ano que precede a Copa do Mundo no Brasil, várias oportunidades surgem para alavancar os negócios. Porém, a falta de planejamento na comunicação interna pode gerar insatisfação e desmotivar parte dos funcionários e com isso pode colocar as estratégias de crescimento a perder. Para obter resultados mais satisfatórios, é essencial promover ações de sensibilização no ambiente de trabalho e garantir profissionais mais motivados e comprometidos. Saber como se comunicar com os colaboradores faz muita diferença na produtividade, na qualidade dos produtos, no clima organizacional e, consequentemente, a atitude gera mais confiança e credibilidade nos serviços prestados.

No que o clima do mundial a ser realizado em nosso País pode contribuir para alavancar oendomarketing dentro das organizações? Primeiramente, a Copa é uma chance de aproveitar a euforia dos profissionais com a seleção para incentivar o trabalho em equipe, a liderança, o comprometimento, a vencer obstáculos e a superar os momentos de crise ou de pressão.
Em segundo lugar, é um aliado para promover a integração entre as equipes, pois atividades relacionadas aos jogos ajudam a aproximar pessoas de áreas diferentes da companhia e até mesmo aqueles que trabalham próximos, mas que não têm muito contato no dia a dia. Vale destacar que o evento reforça atributos como planejamento, organização e diplomacia.
Para estimular seus empregados a vestirem a camisa da sua empresa, é importante apostar em campanhas, jogos internos, premiações, bolões para passar as mensagens aprendidas com o evento esportivo. Além disso, o uso de jornais e boletins internos, newsletters, intranet, murais, eventos, concursos, caixas de sugestões, dentre outras formas de levar informações, são úteis para promover a inclusão de todo corpo funcional da organização.

Obviamente, a utilização desses recursos de informação deve ser elaborada de forma que seja atrativa, envolvente e, principalmente, de maneira a atender às exigências do perfil de seu público interno e alinhá-lo com as estratégias da empresa. A comunicação eficaz pressupõe uma via de duas mãos, portanto, todos – da alta administração até os postos na base da pirâmide – devem fazer parte dela.

Empregar elementos que envolvem o tema futebol dentro do mundo corporativo é uma forma de estimular a união de todos em torno de um mesmo objetivo e de promover a interação entre os vários setores da empresa, como também, a boa convivência dentro da organização. Essas atitudes refletem em lucratividade e em mais qualidade nos produtos oferecidos.

Infelizmente, apesar de todos esses benefícios, muitos empresários ainda não perceberam a prioridade da comunicação interna nos dias de hoje. Não se deram conta de que é preciso encontrar um canal para informar, persuadir, envolver e motivar seus funcionários e alavancar seus negócios.
É fundamental que o líder lembre-se que uma opinião negativa dos colaboradores e mal informados pode causar danos irreparáveis à organização, pois em época de Internet, mensagens instantâneas, Twitter, blogs e redes sociais, a “Rádio Peão” é o seu principal porta-voz.

Não se esqueça de que a comunicação interna é um valioso instrumento para o meio corporativo, que serve para motivar e integrar o público interno, bem como orientá-lo sobre a cultura organizacional do local de trabalho e na disseminação do conhecimento entre os profissionais.
Portanto, levar informações seja por e-mail, mural ou entrega de informativos impressos são essenciais para melhorar o relacionamento entre empregados e empregador. Colaboradores, que “vestem a camisa” da empresa e sentem que fazem parte do “time”, são os seus maiores propagadores. Esse sentimento é O cotidiano organizacional fluirá de maneira positiva, se existir uma boa comunicação interna.

*Márcia Brandão é jornalista, formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Tem experiência em comunicação interna e assessoria de imprensa, principalmente nos segmentos de imóveis, recursos humanos, saúde e jurídico. Atualmente faz parte do time da LINK Portal da Comunicação (www.linkportal.com.br), assessoria de comunicação integrada, fundada há mais de 10 anos. E-mail: linkmarciabrandao@linkportal.com.br

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Histórias em quadrinhos na comunicação interna

Por Alexandre Nagado*
 
Quadrinhos institucionais são peças narrativas
encomendadas por uma instituição.
Quadrinhos institucionais são peças narrativas encomendadas por uma instituição para divulgar suas mensagens, sejam elas voltadas ao público geral ou ao público interno, ou seja, seus funcionários. Quando um informativo institucional passa a utilizar em seu conteúdo histórias em quadrinhos ou tirinhas, esta costuma ser a parte mais lida do impresso. Falando dessa comunicação interna, grandes instituições utilizam-se, por exemplo, de cartazes e boletins – normalmente com ilustrações, gráficos e fotografias para atingir melhor seus objetivos. Mas em muitos casos, uma imagem não basta, pois é preciso desenvolver conceitos e passar muitas informações de maneira eficiente, sem recorrer a manuais técnicos que acabam esquecidos pelo funcionário.
 
Nesse contexto, as histórias em quadrinhos, por sua combinação harmoniosa de textos e imagens sequenciadas, ganham grande importância.
 
Tendo trabalhado com esse tipo de prestação de serviço há mais de duas décadas, já atendi diversos clientes produzindo campanhas internas e algumas externas. Os objetivos sempre foram atingidos e alguns até surpreenderam, provando que o uso dos quadrinhos como ferramenta de comunicação vai muito além do entretenimento.
 
Uma vez, fui contatado para renovar o uso de folhetos informativos de uma empresa administradora de cartões de crédito. Com a linguagem dos quadrinhos, deveria passar uma série de informações de conduta e procedimentos aos funcionários, com alguns itens bastante problemáticos. O desafio aqui era dar uma nova cara à comunicação interna e fazê-la funcionar melhor.
 
O projeto inicial visava experimentar o uso de quadrinhos como ferramenta de comunicação com a publicação de três ou quatro folhetos. De um lado, uma HQ de uma página com um tema estabelecido. Do outro, uma ilustração com os personagens falando a mensagem principal do tema relacionado. A mesma arte seria ampliada como um cartaz para ser afixado na empresa.
 
A receptividade foi boa logo de cara. Com isso, mensagens antes difíceis de serem assimiladas (porque os folhetos explicativos mal eram entendidos), passaram a ser incorporadas ao dia a dia da empresa, com bons resultados. Mais uma vez, provou-se, que os quadrinhos representam uma eficiente ferramenta de comunicação, para públicos de qualquer idade e formação.
 
O retorno dos leitores permitiu correções de rumo, aumentando ainda mais o poder de comunicação do projeto, com isso ao invés de apenas quatro, foram feitos seis folhetos em HQ, mais um calendário de mesa ilustrado com os personagens e com frases ligadas aos temas apresentados, um outro cartaz independente e aí o projeto mudou de formato. Passou a ser uma folha dobrada, ficando com cara de gibi em formatinho do que de folheto. A HQ passou a ter duas páginas, ficando ainda uma capa e um verso com recomendações ligadas ao tema da edição.
 
Por sua combinação de texto e imagem, os quadrinhos têm um grande poder de comunicação
e podem ter sucesso, área na qual os extensos manuais técnicos nada conseguem. Em HQs de uma ou duas páginas, o ideal é mostrar diálogos cotidianos com temas desenvolvidos conforme a necessidade do cliente. O importante é não fazer parecer sermão, mas sim mostrar a importância da conscientização.
 
Os temas mais explorados são a necessidade de cumprimento de metas, regras da empresa, não para manter seu emprego ou buscar promoção, mas para ser um profissional melhor. Em alguns casos, como na abordagem de comprometimento e responsabilidade, para ser uma pessoa melhor. Mesmo seguindo as ideias do cliente, há obviamente toques autorais ao se redigir os diálogos.
 
Cada vez mais empresas têm aderido a essa forma de comunicação em quadrinhos e isso acaba se constituindo em mais uma alternativa de trabalho para profissionais de quadrinhos. Mas nessa área, mais do em qualquer outra, o ego deve ficar do lado de fora e a abordagem deve ser focada na mensagem do cliente. Isso deve ser feito de maneira clara e com a técnica narrativa sendo usada para que a leitura seja prazerosa e o público absorva a mensagem com naturalidade. E isso pode ser feito com pequenos toques autorais que dão sabor à mensagem. Afinal, é para isso que o quadrinhista foi contratado.
 
* Alexandre Nagado é desenhista profissional é quadrinista especializado em comunicação institucional com uso da linguagem dos quadrinhos. Criador dos personagens Blue Fighter (Ed. Escala e Trama) e Dani (Ed. Escala e Via Lettera).  Organizador e um dos autores do álbum Mangá Tropical (Ed. Via Lettera). Publicou os livros:  Cultura Pop Japonesa – Histórias e curiosidades (independente, 2011); Almanaque da Cultura Pop Japonesa (Via Lettera, 2007);  Cultura Pop Japonesa: Mangá e Animê (Hedra, 2004), Mangá Tropical (Via Lettera, 2003),  Dicionário AnimeDO (Ed. Escala, 2000). Atualmente é parceiro da LINK Portal da Comunicação (www.linkportal.com.br) Portfólio: (nagado-portfolio.blogspot.com.br) E-mail: linkcomunicacao@linkportal.com.br

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A corrupção vai acabar no Brasil?

Por Antenor Batista*

Antenor Batista é autor do livro Corrupção:
O 5° Poder – Repensando a Ética.
A palavra corrupção vem do latim corrumpere, que significa decompor, estragar, inclusive na filosofia aristotélica. Mas corrupção em si abrange todas as espécies de comportamentos corruptos e seus malfeitos, atingindo áreas e pessoas. É que as pessoas nascem com prospecção para a fraude, que se manifesta de acordo com as circunstâncias.
 
No Brasil, essa realidade não é diferente. No último ranking (2012) da ONG Transparência Internacional, o País ficou na 69º lugar entre as 176 nações no Índice de Percepção da Corrupção. Além disso, o preço da corrupção no território brasileiro fica entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões por ano, conforme levantamento (2010) da Fiesp – Federação das Indústrias de São Paulo. Uma das  causas que coloca o País entre os mais corrupto do mundo é a enxurrada de escândalos provocados por políticos que acaba, tendo como causas, entre outras, a complacência com o ilícito e o silêncio dos bons. Fato, que depois da polissêmica voz das ruas,  ocorrida de Norte a Sul do Brasil, coadjuvado pela visita do papa Francisco, tende a mudar.
 
Mas, a corrupção seria um problema do homem ou do Estado? De ambos, uma vez que o Estado é instituído pelo próprio homem, portanto, a seu exemplo com qualidades e defeitos. O homem, em princípio, é o mesmo em todos os governos, não importando a forma, variando a sua conduta segundo as normas instituídas pelo Estado, que é o poder detendo o próprio poder. Segundo o estadista Montesquieu, em sua obra ‘O Espírito das Leis’, “Todo homem que detém o poder tente a abusar dele”.
 
Assim sendo, não devemos embelezar o poder antes de lancetar seus tumores e limpar o lixo acumulado em seus porões, particularmente em relação ao poder político. O povo é a principal fonte do poder político. Desse modo, os efeitos benéficos produzidos pelo poder devem reverter em prol de sua base: o povo, sob pena de este se revoltar contra o próprio poder ou contra o Estado. É o que tem acontecido nos últimos meses no Brasil. Os protestos, que começaram em junho, pelo motivo da redução da passagem de ônibus tomaram proporções que vão além do pedido de um transporte melhor, mas reflete a insatisfação dos brasileiros com a corrupção e seus malfeitos que acaba afetando  a qualidade de suas vidas.
 
Mesmo após conseguirem o objetivo da redução das passagens, muitos acharam que os movimentos parariam, mas aconteceu ao contrário. As manifestações continuaram durante a Copa das Confederações e agora, com a visita do Papa para a Jornada Mundial da Juventude, contra os abusivos gastos com a copa, inclusive.  Esta é a oportunidade de realizar os atos para expor as mazelas do nosso País ao mundo, extinguir a reeleição de presidente da República e instituir o parlamentarismo, também.
 
O pontífice Francisco rendeu-se pela luta dos brasileiros em discurso durante visita à favela Varginha (RJ). “Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo.”
 
Tanto que o descontentamento dos brasileiros refletiu na pesquisa recente da organização Transparência Internacional. O relatório revela que 81% dos entrevistados estão descontes com os partidos políticos e acreditam que pessoas comuns podem ajudar a combater a corrupção e seus malfeitos.
 
Graças a essas sementes boas que estão começando a germinar no nosso País, a esperança que eu tinha de que teríamos uma sociedade menos corrupta daqui a 100 anos, deve diminuir para 50 anos. Aliás, pode até ser menos, como está acontecendo na Nova Zelândia, Finlândia, Canadá, Hong Kong, Cingapura e a Dinamarca que conseguiram mudar o cenário infestado pela corrupção, igual ao Brasil ou pior, em 30 anos. Hoje são os países menos corruptos do mundo. A virada aconteceu, principalmente, à cultura de honestidade, as regras claras e ao esforço público para criar um sistema de informações eficiente. Além disso, nesses países existe uma vigilância intensiva contra corrupção ou malfeitos.
 
Pelo exposto podemos concluir que combater a corrupção não é uma tarefa fácil. Os riscos são muitos. Mesmo assim, não devemos abandonar a luta. Para esse mister, a união dos incorruptíveis é por demais importante, para que formemos uma legião de pessoas afins, imbuídas de princípios éticos e elevado conceito de cidadania. Para essa cruzada, sempre que soubermos da lisura dos atos de um cidadão, devemos procurar nos unir a ele ou fazer com que ele se una a nós, para que possamos, ainda que modestamente, contribuir em favor de uma sociedade melhor.
 
Como se vê, a cruzada anticorrupção está andando pelo mundo, em busca de uma sociedade da qual todos nós,possamos nos orgulhar! Assim, os corruptos e mentores do tráfico de influência, bem como do crime organizado, que se cuidem!
 
*Antenor Batista é advogado formado pela Faculdade de Direito de Guarulhos. Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil,  aposentado. É autor de nove livros, entre eles, Corrupção: O 5° Poder – Repensando a ética e Posse, Possessória, Usucapião e Ação Rescisória - (www.antenorbatista.adv.br). E-mail: linkantenorbatista@linkportal.com.br.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Copa e a indústria

Por Ricardo Martins*

Ricardo Martins é diretor do CIESP Leste
A perspectiva de crescimento da economia brasileira este ano está abaixo dos 2%, segundo os próprios bancos oficiais. Enquanto isso, o governo federal está preocupado com as obras para a Copa do Mundo, da qual o principal beneficiário é a Fifa. Relegados ao segundo plano, os assuntos de interesse público como desenvolvimento econômico e industrial e as reformas tributária e política parecem ter sido transferidos para o próximo governo, após as eleições do ano que vem.

De certa forma, a provável desaceleração para qual ruma o Brasil indica aos olhares internacionais que era falso o otimismo que o País sustentou para realizar os megaeventos esportivos. O total previsto de investimentos, público e privado, para o espetáculo da Copa do Mundo de 2014 é de R$ 183 bilhões, com isso, o governo espera arrecadar tributos no valor R$ 16,8 bi aos cofres públicos. Porém, só em obras de para mobilidade urbana, portos, aeroportos, infraestrutura turística e serviços, já foram gastos R$ 28,1 bilhões.

Já as obras necessárias para o nosso desenvolvimento econômico, como a duplicação das rodovias que afunilam o transporte de produtos industrializados entre os Estados, continuam estagnadas. E nós, brasileiros, temos que assistir o governo federal tentando vender uma imagem de opulência no exterior, visivelmente preocupado com a reeleição presidencial.

Diz o governo que esta é uma oportunidade histórica para a promoção do desenvolvimento do País. Será? Ou seria apenas um megaevento de negócios com ares de competição esportiva? Quem ficará com os lucros do evento? Certamente, não os brasileiros, nem os trabalhadores e nem os empresários industriais.

A presidente tem repetido inúmeras vezes que o dinheiro empregado na construção dos estádios para a Copa não vem do Orçamento federal, que apenas foram concedidos empréstimos pelo BNDES, com teto de R$ 400 milhões por projeto. Só que ela esquece que os financiamentos do BNDES são títulos da dívida pública, a qual é paga com a arrecadação de impostos de toda a Nação.

Os recursos alocados como subsídios e renúncia fiscal, oferecidos pelas várias instâncias dos governos, poderiam sim ser empregados em projetos que evitassem prejuízos aos empresários e na geração de empregos para os trabalhadores - pesquisa da Grant Thornton Brasil aponta que apenas 1% dos empresários acredita na elevação do nível de emprego no País.

Da maneira com que foi montado o espetáculo da Copa da Fifa, não existe nenhum impacto na indústria nacional, a não ser o pequeno aumento do consumo de aço e concreto, mas de resto, a indústria não sente nada favorável em decorrência da Copa. Também não encontra nenhuma relação entre a construção dos estádios esportivos e desenvolvimento econômico regional, tornando falso o propalado “legado da Copa”.

Lamentavelmente só temos coisas ruins acontecendo com a indústria e não há nenhuma boa perspectiva para este ano. Estudo do IBGE acaba de indicar recuo de 2% da atividade industrial. A falta de uma política econômica para evitar a estagnação nacional é preocupante. Precisamos de mudanças estruturais capazes de desburocratizar o sistema tributário, de modernizar as relações trabalhistas, de promover a inovação tecnológica na indústria, de investir em mão de obra especializada, de coragem para arrochar os gastos públicos, evitar a invasão de produtos importados e o endividamento da população.

Com o aumento da taxa Selic, no mês de julho, para 8,5% ao ano, o cenário, que já era trágico para a indústria brasileira, piorou. Todos sabem que taxas elevadas de juros colaboram por frear ainda mais a economia. Então, não é preciso bola de cristal para prever que não há sinais de recuperação em curto ou médio prazo. A política de aumento de juros, sem a revisão consciente dos gastos públicos, eleva ainda mais os custos de produção e de transporte dos bens industriais.

Se não forem revistas essas diretrizes econômicas, concentrando o foco no aumento da competitividade, no estímulo à atividade econômica industrial e na contenção dos gastos governamentais, só nos resta torcer para que o Brasil não ganhe o hexa, o que é difícil para qualquer um. Só assim é possível que haja uma grande renovação dos políticos que aí estão, pois caso o Brasil ganhe, eles é que farão a própria festa mais uma vez.

* Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) - Distrital Leste (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Também é vice-presidente do SICETEL - Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos. E-mail: linkciespleste@linkportal.com.br.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

As classes emergentes e as novas mídias

Por Fabio Rodrigues*

Fabio Rodrigrues é CEO da Mídia & Cupom
Com um aumento significativo nos últimos anos, as classes emergentes influenciadas pela economia, a abertura de crédito e todas as facilidades de negociação de compra de produtos, tem movido o mercado brasileiro de maneira surpreendente. As empresas e, até mesmo o governo, têm observado e analisado esse fenômeno e devem se preparar estrategicamente para avançar neste mercado e conversar com esse público.

As faixas C, D e E representam 85% da população brasileira, sendo a classe C a que mais cresce, com 105 milhões de pessoas atualmente. Para quem quer alcançar esse público, o ideal é preocupar-se com planejamentos de comunicação sólidos. Essa é a melhor forma de atender o perfil deste consumidor emergente, que cresce a cada ano e necessita de uma adequação no planejamento estratégico de comunicação e marketing com competências cada vez mais customizadas. Aquele que souber adaptar suas ações e ferramentas a essa classe, aumentará notoriamente o seu alcance e influenciará a classe emergente. Displays no ponto de venda, promoções na televisão, propagandas em rádio, redes sociais, sites etc. são as ações que costumam ser feitas para chegar até essa audiência. 

O consumo somente da classe C chegou a R$ 1 tri em 2012. Esse novo público descobriu os mercados de higiene, eletrodomésticos, beleza e tende a abrir novos segmentos. Até 2015, esse número deve crescer 50% e atingir os R$ 1,5 tri. Com essa ebulição, surge a necessidade inegável de comunicação, tanto das marcas quanto dos governos, com essa população cada vez mais conectada e consciente das suas próprias necessidades e por isso, o diálogo deve ser intenso, transparente e principalmente, direto. Reafirmar valores e códigos culturais deve ser tema de preocupação para corporações e para o poder público.

Com informações detalhadas sobre o comportamento desse público, as estratégias devem ser direcionadas a atingi-lo e as ditas novas mídias são a maneira mais rápida e eficaz de estabelecer essa conversa. Antes, as campanhas eram feitas por meio de programas populares de televisão e rádio e transporte de massa. No novo panorama, em que o público passa a ter maior poder aquisitivo, são abertos novos canais de comunicação, alterando a rotina e alguns padrões de comportamento. Vivemos uma época de convergência de mídias onde é preciso usar, assim como as classes emergentes, ferramentas digitais para interação.

O celular pré-pago é um produto que está nas mãos desse público que ascende ao consumo e à informação, por isso, o cupom de recarga tornou-se um canal de publicidade direta que consegue abranger todas essas necessidades. De acordo com dados da Teleco, o Brasil já possui 262 milhões de aparelhos celulares, o que corresponde a 1,3 aparelhos por pessoa. Cerca dos 42% dos consumidores brasileiros, entre 25 e 44 anos, já fizeram alguma compra após receber uma mensagem promocional via celular. No caso da classe emergente, 210 milhões de consumidores dos segmentos B-, C e D usam celulares pré-pagos, que necessitam de recarga. Nada mais simples para atingi-los, que usar a mídia via cupom de recarga.

Isso porque máquinas de recarga estão presentes em supermercados, farmácias, bancas de jornal, mercearias, lojas de conveniência, postos de gasolina e em uma infinidade de pontos de venda que estão inseridos no dia a dia dessas classes emergentes. Por meio da propaganda no cupom de recarga é possível fazer promoções imediatas ou consolidação de marca, para um público segmentado que pode atingir até 44 milhões de pessoas mensalmente em mais de 165 mil pontos de venda em todo País, chegando a um alcance que nenhuma outra mídia chegou.

Temos então, a exigência de uma nova forma de comunicação com essa sociedade emergente que recém adquiriu acesso ao consumo e à informação e busca isso por meio das mais modernas ferramentas de comunicação. Cabe às empresas e governantes planejar e assim, proporcionar novas formas de comunicação em massa que atendam diretamente este público.

* Fabio Rodrigues é CEO da Mídia & Cupom, formado em administração pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Marketing and Services pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - www.midiaecupom.com.br. E-mail:linkmidiaecupom@linkportal.com.br.