terça-feira, 27 de agosto de 2013

Por que investir na comunicação em tempo de crise?

Por Clarice Pereira*


Clarice Pereira é jornalista e especialista em
marketing.
A comunicação é reconhecida como uma das ferramentas mais úteis na estratégia empresarial de captar e fidelizar clientes. É fato! Todos querem e precisam crescer, aparecer, vender, conseguir ultrapassar os concorrentes e manter a sustentabilidade de seus negócios.

Os instrumentos de comunicação permitem construir e melhorar a imagem de uma empresa, entidades e pessoas até conquistar de novos consumidores, novos seguidores. Também possibilita que as empresas posicionem-se em seu mercado de atuação. Alcançar a meta desejada depende de uma estratégia bem elaborada e que caiba no bolso do investidor. Para ser estratégica, a comunicação deve obrigatoriamente estar alinhada ao pensamento, aos negócios e aos objetivos do empreendimento.

Pode parecer uma premissa contraditória, mas em tempos de desaceleração da economia, o primeiro pensamento do empresário é cortar custos e despesas. Inversamente do que propomos para ganhar mercado, as primeiras reduções normalmente recaem sobre os investimentos em comunicação. Os cortes atingem até mesmo aquelas ações mínimas, básicas, como o material de vendas: um folder ou um catálogo mercadológico. Essas reduções acontecem, garantem os administradores, para que as empresas ganhem fôlego financeiro e continuem custeando aquilo que acreditam ser realmente necessário à sua permanência.

De uma hora para outra, a comunicação, que devia ser estratégica, passa a ser vista como se não fosse primordial e responsável por manter as receitas no azul. Sob essa análise, o que garantirá que os serviços e produtos continuem a serem vistos e adquiridos?

Lembremos que são as ferramentas de marketing as responsáveis pela colocação de produtos e serviços no mercado. E o que vende uma imagem, senão os instrumentos de comunicação?

Esse ferramental não pode ser visto como um custo desnecessário e sim como um investimento para alcançar clientes e fazer a empresa permanecer longeva. Não fosse esse o caso, marcas como Coca-cola ou Microsoft poderiam se dar ao luxo de não mais investir em estratégias de comunicação de massa.

Defendo que a comunicação não pode ser tratada de forma secundária! Caso não seja possível manter-se como um exímio anunciante em cadeia nacional e investir cifras vultuosas em campanhas publicitárias, ainda pode-se pensar em formas mais baratas e criativas, que nem por isso, deixam de ser funcionais.

Vamos fazer a lição de casa: como anda o seu banco de dados? Atualizado? Você pode fazer uma simples campanha, sem grandes investimentos, distribuindo e-mail marketing aos seus clientes ou enviando uma newsletter para as pessoas de seu relacionamento!  Como está o seu canal de vendas on-line? A internet atualmente é considerada como uma excelente ferramenta de comunicação, 97% das empresas costumam cotar pela web antes de escolher e comprar. Ainda existem muitos outros meios e formas de comunicação, basta adequá-los à realidade de cada organização.

A comunicação tem suas particularidades, existem sim os grandes investimentos em produção, anúncios e divulgações que podem dar excelentes resultados, mas também muitas ações estratégicas podem ser definidas a um custo menor, compatível com o que a empresa pode investir no momento. O que garantirá seu sucesso é o alinhamento da forma de comunicação às necessidades de cada empresa. Para isso é preciso saber onde se está e onde se quer chegar.

Tenha em mente que, os resultados só virão para aqueles que formarem uma imagem positiva junto ao público-alvo. Os investimentos em comunicação não podem parar. Para ser reconhecido e ter produtos ou serviços procurados pelos consumidores, a propaganda ainda continua a ser a alma do negócio!

*Clarice Pereira é jornalista, formada pela USP – Universidade de São Paulo e especialista em marketing, pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing. Atualmente comanda a LINK Portal da Comunicação (www.linkportal.com.br), assessoria de comunicação integrada, fundada há mais de 10 anos. E-mail: linkcomunicacao@linkportal.com.br.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Brasil, bola da vez na comunicação interna

Por Márcia Brandão* 

O clima da Copa do Mundo pode
ajudar a comunicação interna a
promover a integração entre
as equipes.
No ano que precede a Copa do Mundo no Brasil, várias oportunidades surgem para alavancar os negócios. Porém, a falta de planejamento na comunicação interna pode gerar insatisfação e desmotivar parte dos funcionários e com isso pode colocar as estratégias de crescimento a perder. Para obter resultados mais satisfatórios, é essencial promover ações de sensibilização no ambiente de trabalho e garantir profissionais mais motivados e comprometidos. Saber como se comunicar com os colaboradores faz muita diferença na produtividade, na qualidade dos produtos, no clima organizacional e, consequentemente, a atitude gera mais confiança e credibilidade nos serviços prestados.

No que o clima do mundial a ser realizado em nosso País pode contribuir para alavancar oendomarketing dentro das organizações? Primeiramente, a Copa é uma chance de aproveitar a euforia dos profissionais com a seleção para incentivar o trabalho em equipe, a liderança, o comprometimento, a vencer obstáculos e a superar os momentos de crise ou de pressão.
Em segundo lugar, é um aliado para promover a integração entre as equipes, pois atividades relacionadas aos jogos ajudam a aproximar pessoas de áreas diferentes da companhia e até mesmo aqueles que trabalham próximos, mas que não têm muito contato no dia a dia. Vale destacar que o evento reforça atributos como planejamento, organização e diplomacia.
Para estimular seus empregados a vestirem a camisa da sua empresa, é importante apostar em campanhas, jogos internos, premiações, bolões para passar as mensagens aprendidas com o evento esportivo. Além disso, o uso de jornais e boletins internos, newsletters, intranet, murais, eventos, concursos, caixas de sugestões, dentre outras formas de levar informações, são úteis para promover a inclusão de todo corpo funcional da organização.

Obviamente, a utilização desses recursos de informação deve ser elaborada de forma que seja atrativa, envolvente e, principalmente, de maneira a atender às exigências do perfil de seu público interno e alinhá-lo com as estratégias da empresa. A comunicação eficaz pressupõe uma via de duas mãos, portanto, todos – da alta administração até os postos na base da pirâmide – devem fazer parte dela.

Empregar elementos que envolvem o tema futebol dentro do mundo corporativo é uma forma de estimular a união de todos em torno de um mesmo objetivo e de promover a interação entre os vários setores da empresa, como também, a boa convivência dentro da organização. Essas atitudes refletem em lucratividade e em mais qualidade nos produtos oferecidos.

Infelizmente, apesar de todos esses benefícios, muitos empresários ainda não perceberam a prioridade da comunicação interna nos dias de hoje. Não se deram conta de que é preciso encontrar um canal para informar, persuadir, envolver e motivar seus funcionários e alavancar seus negócios.
É fundamental que o líder lembre-se que uma opinião negativa dos colaboradores e mal informados pode causar danos irreparáveis à organização, pois em época de Internet, mensagens instantâneas, Twitter, blogs e redes sociais, a “Rádio Peão” é o seu principal porta-voz.

Não se esqueça de que a comunicação interna é um valioso instrumento para o meio corporativo, que serve para motivar e integrar o público interno, bem como orientá-lo sobre a cultura organizacional do local de trabalho e na disseminação do conhecimento entre os profissionais.
Portanto, levar informações seja por e-mail, mural ou entrega de informativos impressos são essenciais para melhorar o relacionamento entre empregados e empregador. Colaboradores, que “vestem a camisa” da empresa e sentem que fazem parte do “time”, são os seus maiores propagadores. Esse sentimento é O cotidiano organizacional fluirá de maneira positiva, se existir uma boa comunicação interna.

*Márcia Brandão é jornalista, formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Tem experiência em comunicação interna e assessoria de imprensa, principalmente nos segmentos de imóveis, recursos humanos, saúde e jurídico. Atualmente faz parte do time da LINK Portal da Comunicação (www.linkportal.com.br), assessoria de comunicação integrada, fundada há mais de 10 anos. E-mail: linkmarciabrandao@linkportal.com.br

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Histórias em quadrinhos na comunicação interna

Por Alexandre Nagado*
 
Quadrinhos institucionais são peças narrativas
encomendadas por uma instituição.
Quadrinhos institucionais são peças narrativas encomendadas por uma instituição para divulgar suas mensagens, sejam elas voltadas ao público geral ou ao público interno, ou seja, seus funcionários. Quando um informativo institucional passa a utilizar em seu conteúdo histórias em quadrinhos ou tirinhas, esta costuma ser a parte mais lida do impresso. Falando dessa comunicação interna, grandes instituições utilizam-se, por exemplo, de cartazes e boletins – normalmente com ilustrações, gráficos e fotografias para atingir melhor seus objetivos. Mas em muitos casos, uma imagem não basta, pois é preciso desenvolver conceitos e passar muitas informações de maneira eficiente, sem recorrer a manuais técnicos que acabam esquecidos pelo funcionário.
 
Nesse contexto, as histórias em quadrinhos, por sua combinação harmoniosa de textos e imagens sequenciadas, ganham grande importância.
 
Tendo trabalhado com esse tipo de prestação de serviço há mais de duas décadas, já atendi diversos clientes produzindo campanhas internas e algumas externas. Os objetivos sempre foram atingidos e alguns até surpreenderam, provando que o uso dos quadrinhos como ferramenta de comunicação vai muito além do entretenimento.
 
Uma vez, fui contatado para renovar o uso de folhetos informativos de uma empresa administradora de cartões de crédito. Com a linguagem dos quadrinhos, deveria passar uma série de informações de conduta e procedimentos aos funcionários, com alguns itens bastante problemáticos. O desafio aqui era dar uma nova cara à comunicação interna e fazê-la funcionar melhor.
 
O projeto inicial visava experimentar o uso de quadrinhos como ferramenta de comunicação com a publicação de três ou quatro folhetos. De um lado, uma HQ de uma página com um tema estabelecido. Do outro, uma ilustração com os personagens falando a mensagem principal do tema relacionado. A mesma arte seria ampliada como um cartaz para ser afixado na empresa.
 
A receptividade foi boa logo de cara. Com isso, mensagens antes difíceis de serem assimiladas (porque os folhetos explicativos mal eram entendidos), passaram a ser incorporadas ao dia a dia da empresa, com bons resultados. Mais uma vez, provou-se, que os quadrinhos representam uma eficiente ferramenta de comunicação, para públicos de qualquer idade e formação.
 
O retorno dos leitores permitiu correções de rumo, aumentando ainda mais o poder de comunicação do projeto, com isso ao invés de apenas quatro, foram feitos seis folhetos em HQ, mais um calendário de mesa ilustrado com os personagens e com frases ligadas aos temas apresentados, um outro cartaz independente e aí o projeto mudou de formato. Passou a ser uma folha dobrada, ficando com cara de gibi em formatinho do que de folheto. A HQ passou a ter duas páginas, ficando ainda uma capa e um verso com recomendações ligadas ao tema da edição.
 
Por sua combinação de texto e imagem, os quadrinhos têm um grande poder de comunicação
e podem ter sucesso, área na qual os extensos manuais técnicos nada conseguem. Em HQs de uma ou duas páginas, o ideal é mostrar diálogos cotidianos com temas desenvolvidos conforme a necessidade do cliente. O importante é não fazer parecer sermão, mas sim mostrar a importância da conscientização.
 
Os temas mais explorados são a necessidade de cumprimento de metas, regras da empresa, não para manter seu emprego ou buscar promoção, mas para ser um profissional melhor. Em alguns casos, como na abordagem de comprometimento e responsabilidade, para ser uma pessoa melhor. Mesmo seguindo as ideias do cliente, há obviamente toques autorais ao se redigir os diálogos.
 
Cada vez mais empresas têm aderido a essa forma de comunicação em quadrinhos e isso acaba se constituindo em mais uma alternativa de trabalho para profissionais de quadrinhos. Mas nessa área, mais do em qualquer outra, o ego deve ficar do lado de fora e a abordagem deve ser focada na mensagem do cliente. Isso deve ser feito de maneira clara e com a técnica narrativa sendo usada para que a leitura seja prazerosa e o público absorva a mensagem com naturalidade. E isso pode ser feito com pequenos toques autorais que dão sabor à mensagem. Afinal, é para isso que o quadrinhista foi contratado.
 
* Alexandre Nagado é desenhista profissional é quadrinista especializado em comunicação institucional com uso da linguagem dos quadrinhos. Criador dos personagens Blue Fighter (Ed. Escala e Trama) e Dani (Ed. Escala e Via Lettera).  Organizador e um dos autores do álbum Mangá Tropical (Ed. Via Lettera). Publicou os livros:  Cultura Pop Japonesa – Histórias e curiosidades (independente, 2011); Almanaque da Cultura Pop Japonesa (Via Lettera, 2007);  Cultura Pop Japonesa: Mangá e Animê (Hedra, 2004), Mangá Tropical (Via Lettera, 2003),  Dicionário AnimeDO (Ed. Escala, 2000). Atualmente é parceiro da LINK Portal da Comunicação (www.linkportal.com.br) Portfólio: (nagado-portfolio.blogspot.com.br) E-mail: linkcomunicacao@linkportal.com.br

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A corrupção vai acabar no Brasil?

Por Antenor Batista*

Antenor Batista é autor do livro Corrupção:
O 5° Poder – Repensando a Ética.
A palavra corrupção vem do latim corrumpere, que significa decompor, estragar, inclusive na filosofia aristotélica. Mas corrupção em si abrange todas as espécies de comportamentos corruptos e seus malfeitos, atingindo áreas e pessoas. É que as pessoas nascem com prospecção para a fraude, que se manifesta de acordo com as circunstâncias.
 
No Brasil, essa realidade não é diferente. No último ranking (2012) da ONG Transparência Internacional, o País ficou na 69º lugar entre as 176 nações no Índice de Percepção da Corrupção. Além disso, o preço da corrupção no território brasileiro fica entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões por ano, conforme levantamento (2010) da Fiesp – Federação das Indústrias de São Paulo. Uma das  causas que coloca o País entre os mais corrupto do mundo é a enxurrada de escândalos provocados por políticos que acaba, tendo como causas, entre outras, a complacência com o ilícito e o silêncio dos bons. Fato, que depois da polissêmica voz das ruas,  ocorrida de Norte a Sul do Brasil, coadjuvado pela visita do papa Francisco, tende a mudar.
 
Mas, a corrupção seria um problema do homem ou do Estado? De ambos, uma vez que o Estado é instituído pelo próprio homem, portanto, a seu exemplo com qualidades e defeitos. O homem, em princípio, é o mesmo em todos os governos, não importando a forma, variando a sua conduta segundo as normas instituídas pelo Estado, que é o poder detendo o próprio poder. Segundo o estadista Montesquieu, em sua obra ‘O Espírito das Leis’, “Todo homem que detém o poder tente a abusar dele”.
 
Assim sendo, não devemos embelezar o poder antes de lancetar seus tumores e limpar o lixo acumulado em seus porões, particularmente em relação ao poder político. O povo é a principal fonte do poder político. Desse modo, os efeitos benéficos produzidos pelo poder devem reverter em prol de sua base: o povo, sob pena de este se revoltar contra o próprio poder ou contra o Estado. É o que tem acontecido nos últimos meses no Brasil. Os protestos, que começaram em junho, pelo motivo da redução da passagem de ônibus tomaram proporções que vão além do pedido de um transporte melhor, mas reflete a insatisfação dos brasileiros com a corrupção e seus malfeitos que acaba afetando  a qualidade de suas vidas.
 
Mesmo após conseguirem o objetivo da redução das passagens, muitos acharam que os movimentos parariam, mas aconteceu ao contrário. As manifestações continuaram durante a Copa das Confederações e agora, com a visita do Papa para a Jornada Mundial da Juventude, contra os abusivos gastos com a copa, inclusive.  Esta é a oportunidade de realizar os atos para expor as mazelas do nosso País ao mundo, extinguir a reeleição de presidente da República e instituir o parlamentarismo, também.
 
O pontífice Francisco rendeu-se pela luta dos brasileiros em discurso durante visita à favela Varginha (RJ). “Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo.”
 
Tanto que o descontentamento dos brasileiros refletiu na pesquisa recente da organização Transparência Internacional. O relatório revela que 81% dos entrevistados estão descontes com os partidos políticos e acreditam que pessoas comuns podem ajudar a combater a corrupção e seus malfeitos.
 
Graças a essas sementes boas que estão começando a germinar no nosso País, a esperança que eu tinha de que teríamos uma sociedade menos corrupta daqui a 100 anos, deve diminuir para 50 anos. Aliás, pode até ser menos, como está acontecendo na Nova Zelândia, Finlândia, Canadá, Hong Kong, Cingapura e a Dinamarca que conseguiram mudar o cenário infestado pela corrupção, igual ao Brasil ou pior, em 30 anos. Hoje são os países menos corruptos do mundo. A virada aconteceu, principalmente, à cultura de honestidade, as regras claras e ao esforço público para criar um sistema de informações eficiente. Além disso, nesses países existe uma vigilância intensiva contra corrupção ou malfeitos.
 
Pelo exposto podemos concluir que combater a corrupção não é uma tarefa fácil. Os riscos são muitos. Mesmo assim, não devemos abandonar a luta. Para esse mister, a união dos incorruptíveis é por demais importante, para que formemos uma legião de pessoas afins, imbuídas de princípios éticos e elevado conceito de cidadania. Para essa cruzada, sempre que soubermos da lisura dos atos de um cidadão, devemos procurar nos unir a ele ou fazer com que ele se una a nós, para que possamos, ainda que modestamente, contribuir em favor de uma sociedade melhor.
 
Como se vê, a cruzada anticorrupção está andando pelo mundo, em busca de uma sociedade da qual todos nós,possamos nos orgulhar! Assim, os corruptos e mentores do tráfico de influência, bem como do crime organizado, que se cuidem!
 
*Antenor Batista é advogado formado pela Faculdade de Direito de Guarulhos. Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil,  aposentado. É autor de nove livros, entre eles, Corrupção: O 5° Poder – Repensando a ética e Posse, Possessória, Usucapião e Ação Rescisória - (www.antenorbatista.adv.br). E-mail: linkantenorbatista@linkportal.com.br.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Copa e a indústria

Por Ricardo Martins*

Ricardo Martins é diretor do CIESP Leste
A perspectiva de crescimento da economia brasileira este ano está abaixo dos 2%, segundo os próprios bancos oficiais. Enquanto isso, o governo federal está preocupado com as obras para a Copa do Mundo, da qual o principal beneficiário é a Fifa. Relegados ao segundo plano, os assuntos de interesse público como desenvolvimento econômico e industrial e as reformas tributária e política parecem ter sido transferidos para o próximo governo, após as eleições do ano que vem.

De certa forma, a provável desaceleração para qual ruma o Brasil indica aos olhares internacionais que era falso o otimismo que o País sustentou para realizar os megaeventos esportivos. O total previsto de investimentos, público e privado, para o espetáculo da Copa do Mundo de 2014 é de R$ 183 bilhões, com isso, o governo espera arrecadar tributos no valor R$ 16,8 bi aos cofres públicos. Porém, só em obras de para mobilidade urbana, portos, aeroportos, infraestrutura turística e serviços, já foram gastos R$ 28,1 bilhões.

Já as obras necessárias para o nosso desenvolvimento econômico, como a duplicação das rodovias que afunilam o transporte de produtos industrializados entre os Estados, continuam estagnadas. E nós, brasileiros, temos que assistir o governo federal tentando vender uma imagem de opulência no exterior, visivelmente preocupado com a reeleição presidencial.

Diz o governo que esta é uma oportunidade histórica para a promoção do desenvolvimento do País. Será? Ou seria apenas um megaevento de negócios com ares de competição esportiva? Quem ficará com os lucros do evento? Certamente, não os brasileiros, nem os trabalhadores e nem os empresários industriais.

A presidente tem repetido inúmeras vezes que o dinheiro empregado na construção dos estádios para a Copa não vem do Orçamento federal, que apenas foram concedidos empréstimos pelo BNDES, com teto de R$ 400 milhões por projeto. Só que ela esquece que os financiamentos do BNDES são títulos da dívida pública, a qual é paga com a arrecadação de impostos de toda a Nação.

Os recursos alocados como subsídios e renúncia fiscal, oferecidos pelas várias instâncias dos governos, poderiam sim ser empregados em projetos que evitassem prejuízos aos empresários e na geração de empregos para os trabalhadores - pesquisa da Grant Thornton Brasil aponta que apenas 1% dos empresários acredita na elevação do nível de emprego no País.

Da maneira com que foi montado o espetáculo da Copa da Fifa, não existe nenhum impacto na indústria nacional, a não ser o pequeno aumento do consumo de aço e concreto, mas de resto, a indústria não sente nada favorável em decorrência da Copa. Também não encontra nenhuma relação entre a construção dos estádios esportivos e desenvolvimento econômico regional, tornando falso o propalado “legado da Copa”.

Lamentavelmente só temos coisas ruins acontecendo com a indústria e não há nenhuma boa perspectiva para este ano. Estudo do IBGE acaba de indicar recuo de 2% da atividade industrial. A falta de uma política econômica para evitar a estagnação nacional é preocupante. Precisamos de mudanças estruturais capazes de desburocratizar o sistema tributário, de modernizar as relações trabalhistas, de promover a inovação tecnológica na indústria, de investir em mão de obra especializada, de coragem para arrochar os gastos públicos, evitar a invasão de produtos importados e o endividamento da população.

Com o aumento da taxa Selic, no mês de julho, para 8,5% ao ano, o cenário, que já era trágico para a indústria brasileira, piorou. Todos sabem que taxas elevadas de juros colaboram por frear ainda mais a economia. Então, não é preciso bola de cristal para prever que não há sinais de recuperação em curto ou médio prazo. A política de aumento de juros, sem a revisão consciente dos gastos públicos, eleva ainda mais os custos de produção e de transporte dos bens industriais.

Se não forem revistas essas diretrizes econômicas, concentrando o foco no aumento da competitividade, no estímulo à atividade econômica industrial e na contenção dos gastos governamentais, só nos resta torcer para que o Brasil não ganhe o hexa, o que é difícil para qualquer um. Só assim é possível que haja uma grande renovação dos políticos que aí estão, pois caso o Brasil ganhe, eles é que farão a própria festa mais uma vez.

* Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) - Distrital Leste (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Também é vice-presidente do SICETEL - Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos. E-mail: linkciespleste@linkportal.com.br.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

As classes emergentes e as novas mídias

Por Fabio Rodrigues*

Fabio Rodrigrues é CEO da Mídia & Cupom
Com um aumento significativo nos últimos anos, as classes emergentes influenciadas pela economia, a abertura de crédito e todas as facilidades de negociação de compra de produtos, tem movido o mercado brasileiro de maneira surpreendente. As empresas e, até mesmo o governo, têm observado e analisado esse fenômeno e devem se preparar estrategicamente para avançar neste mercado e conversar com esse público.

As faixas C, D e E representam 85% da população brasileira, sendo a classe C a que mais cresce, com 105 milhões de pessoas atualmente. Para quem quer alcançar esse público, o ideal é preocupar-se com planejamentos de comunicação sólidos. Essa é a melhor forma de atender o perfil deste consumidor emergente, que cresce a cada ano e necessita de uma adequação no planejamento estratégico de comunicação e marketing com competências cada vez mais customizadas. Aquele que souber adaptar suas ações e ferramentas a essa classe, aumentará notoriamente o seu alcance e influenciará a classe emergente. Displays no ponto de venda, promoções na televisão, propagandas em rádio, redes sociais, sites etc. são as ações que costumam ser feitas para chegar até essa audiência. 

O consumo somente da classe C chegou a R$ 1 tri em 2012. Esse novo público descobriu os mercados de higiene, eletrodomésticos, beleza e tende a abrir novos segmentos. Até 2015, esse número deve crescer 50% e atingir os R$ 1,5 tri. Com essa ebulição, surge a necessidade inegável de comunicação, tanto das marcas quanto dos governos, com essa população cada vez mais conectada e consciente das suas próprias necessidades e por isso, o diálogo deve ser intenso, transparente e principalmente, direto. Reafirmar valores e códigos culturais deve ser tema de preocupação para corporações e para o poder público.

Com informações detalhadas sobre o comportamento desse público, as estratégias devem ser direcionadas a atingi-lo e as ditas novas mídias são a maneira mais rápida e eficaz de estabelecer essa conversa. Antes, as campanhas eram feitas por meio de programas populares de televisão e rádio e transporte de massa. No novo panorama, em que o público passa a ter maior poder aquisitivo, são abertos novos canais de comunicação, alterando a rotina e alguns padrões de comportamento. Vivemos uma época de convergência de mídias onde é preciso usar, assim como as classes emergentes, ferramentas digitais para interação.

O celular pré-pago é um produto que está nas mãos desse público que ascende ao consumo e à informação, por isso, o cupom de recarga tornou-se um canal de publicidade direta que consegue abranger todas essas necessidades. De acordo com dados da Teleco, o Brasil já possui 262 milhões de aparelhos celulares, o que corresponde a 1,3 aparelhos por pessoa. Cerca dos 42% dos consumidores brasileiros, entre 25 e 44 anos, já fizeram alguma compra após receber uma mensagem promocional via celular. No caso da classe emergente, 210 milhões de consumidores dos segmentos B-, C e D usam celulares pré-pagos, que necessitam de recarga. Nada mais simples para atingi-los, que usar a mídia via cupom de recarga.

Isso porque máquinas de recarga estão presentes em supermercados, farmácias, bancas de jornal, mercearias, lojas de conveniência, postos de gasolina e em uma infinidade de pontos de venda que estão inseridos no dia a dia dessas classes emergentes. Por meio da propaganda no cupom de recarga é possível fazer promoções imediatas ou consolidação de marca, para um público segmentado que pode atingir até 44 milhões de pessoas mensalmente em mais de 165 mil pontos de venda em todo País, chegando a um alcance que nenhuma outra mídia chegou.

Temos então, a exigência de uma nova forma de comunicação com essa sociedade emergente que recém adquiriu acesso ao consumo e à informação e busca isso por meio das mais modernas ferramentas de comunicação. Cabe às empresas e governantes planejar e assim, proporcionar novas formas de comunicação em massa que atendam diretamente este público.

* Fabio Rodrigues é CEO da Mídia & Cupom, formado em administração pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Marketing and Services pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - www.midiaecupom.com.br. E-mail:linkmidiaecupom@linkportal.com.br.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

HQ na Comunicação Interna

Olá, como vai?

Meu nome é Alexandre Nagado e estou há mais de 20 anos no mercado corporativo desenvolvendo projetos para as áreas de Marketing, Comunicação e Recursos Humanos, visando a melhoria da comunicação interna e desenvolvimento de pessoas, por meio de Histórias em Quadrinhos institucionais e ilustrações, sistema que chamo de Modelo HQ de Comunicação.

O Modelo HQ de Comunicação é um formato criativo e diferenciado de comunicação, no qual personagens são criados e apresentados no formato de HQs (histórias em quadrinhos) para que uma mensagem, informação ou conteúdo institucional tenha seu poder de transmissão ampliado e que a mensagem seja assimilada numa escala muito mais satisfatória. Combinando imagens e textos de forma única, os quadrinhos permitem grande poder de fixação de ideias, conceitos e informações, conseguindo êxito ao atrair a atenção de leitores de qualquer faixa etária ou nível hierárquico para o tema escolhido.

Esse modelo visual e didático tem efeito muito positivo quando os personagens criados representam os próprios funcionários da empresa, pois toda a criação da HQ (seja ela apresentada no formato de encarte, newsletter, revista ou intranet) representa situações e cenários com os quais o público-alvo se identifica. Confira aqui algumas empresas e instituições nas quais esse inovador modelo de comunicação já foi aplicado.

Conheça o meu portfolio e entre em contato agora com a LINK Portal da Comunicação e veja como desenvolver um projeto sob medida para suas necessidades.

Aguardamos seu breve contato.
Um abraço,

Alexandre Nagado

Quadrinista

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Indústria brasileira refém dos impostos

Por Ricardo Martins*


Ricardo Martins é diretor do CIESP Leste.
A partir deste mês, passa a ser obrigatório incluir na nota fiscal todos os impostos embutidos sobre os produtos. A proposta é bem intencionada: o consumidor deverá saber o quanto paga de carga tributária no preço final do bem adquirido. Infelizmente de boas intenções o inferno está cheio e mais esta obrigação só trará resultados quando a população passar a exigir uma diminuição no volume de impostos cobrados dela. Esperemos que seja logo.

O grande problema é que, no Brasil, as dificuldades com relação ao sistema de impostos não são apenas o tamanho a carga, mas também toda a burocracia que envolve o seu pagamento. Para se ter ideia, são 88 tributos no País e os governos federal, estaduais e municipais já editaram mais de 290 mil normas tributárias, uma média de 30 por dia, desde 1988. Existem ao menos 11,2 milhões diferentes combinações de impostos a serem declaradas. Precisamos simplificar essa parafernália tributária e desonerar a indústria dessa rede de tributos, taxas, impostos e contribuições, que entram em vigor numa velocidade espantosa, deixando as empresas sujeitas a serem auditadas e penalizadas nas fiscalizações. Além disso, o excesso de tributos dificulta a competitividade no Brasil e encarece os produtos manufaturados.

Com tanta norma surgindo a cada dia, ao invés de produzir, que é o seu core-business, a indústria brasileira gasta 2.600 horas por ano, tentando desvendar esse labirinto de taxas, tal a sua complexidade. Para isso, precisa ter mais profissionais trabalhando em áreas administrativas e esse excesso de burocracia tributária custa às empresas cerca de R$ 46,3 bilhões por ano.
É muito importante que os burocratas do governo entendam, de uma vez por todas, que a indústria brasileira não suporta mais o caótico sistema tributário e nos deem uma trégua na edição de normas, portarias e outras maldades que nos atingem a cada instante e não nos deixam trabalhar naquilo que sabemos fazer: produzir.

Quanto ao tamanho da carga tributária, estudos recentes mostram que 40% do PIB (Produto Interno Bruto) é formado pela arrecadação de impostos. Na década de 90, a carga tributária era de 24% do PIB. Já 40,3% (em média) do preço da indústria no Brasil resultam do recolhimento de impostos. Assim, uma garrafa de vinho paga 45% de tributos antes de ir ao consumidor. Esses indicadores comprovam como os impostos altos impactam diretamente no crescimento da indústria nacional.

Nossa carga tributária é a maior dentre os países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e mais pesada que as taxas registradas nos Estados Unidos, Japão, México e Coreia do Sul. Esse é o grande entrave para a competitividade do País frente aos competidores internacionais, já que causa desvantagem nos preços de nossos produtos.

O futuro da indústria depende urgentemente da redução da carga tributária. Precisamos de alíquotas menores para que as empresas brasileiras consigam reagir à desaceleração anunciada da economia (a taxa Selic vai continuar subindo para controlar a inflação). Isto e a desoneração da Folha de Pagamento, cujos encargos são tão caóticos quanto à nossa política de impostos.

O mais interessante é que a máquina administrativa continua a inchar, como se nada estivesse ocorrendo, exigindo cada vez mais arrecadação. Nos últimos oito anos, os gastos com pessoal aumentaram 133% no governo federal. Enquanto isso, a indústria nacional é massacrada por essa fome arrecadadora do Fisco.

No Brasil temos impostos sobre impostos. Isso mesmo, tributação em efeito cascata. Muitas vezes, o produto é tributado duas ou três vezes durante a cadeia produtiva. Nosso anseio é zerar a cumulatividade dos impostos, evitando a bitributação ou a multitributação.

A simplificação de impostos como o ICMS, mudando-o para uma só alíquota interestadual, já seria um passo. A substituição do PIS, Cofins, Contribuição Social e IPI por um único tributo cobrado no imposto de renda, seria mais um avanço.

Outro problema é a tarifação de energia elétrica para a indústria. Segundo a Agência Internacional de Energia, nossa tarifa é, em média, 50% mais cara que outros 27 países do mundo e 13
4% maior do que os outros integrantes do BRIC.

Não vamos nem falar da má gestão do dinheiro público, mas o que se percebe é que o brasileiro paga muito, mas não vê os benefícios que essa arrecadação toda deveria trazer.

É visível a perda de capacidade competitiva da indústria nacional tanto pelo peso da carga tributária, como pela falta de investimentos e pela deficiência logística. Com isso, o produto importado vem tomando o mercado nacional, fazendo com que o PIB industrial esteja em constante desaceleração. A indústria brasileira carece de igualdade de condições com seus concorrentes no exterior, é necessário uma grande mudança de mentalidade que permita uma reforma tributária, por menor que seja.

Em nosso ponto de vista três itens devem ser atacados quando se fala em reforma tributária. Precisamos diminuir a burocracia, reduzir o custo dos impostos e melhorar a gestão dos recursos. Só isso permitiria um aumento de produtividade capaz de colocar a indústria de volta aos trilhos que levam ao crescimento que o Brasil necessita.

* Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) - Distrital Leste (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Também é vice-presidente do SICETEL - Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos. E-mail: linkciespleste@gmail.com.

O valor da marca

Por Aline Terras*


O cenário mercadológico fez com que  as marcas
 se tornassem o principal rendimento  das empresas,
chegando a valer  bilhões de dólares no mercado.
O cenário mercadológico fez com que as marcas se tornassem o principal rendimento das empresas, chegando a valer bilhões de dólares no mercado.

O capitalismo, derivado da Revolução Industrial, é o principal responsável pela existência das marcas tais como as conhecemos hoje. Devido às tecnologias aplicadas na época, como a produção em escala, os produtos passaram a adotar novas estratégias para manter-se no mercado, desenvolvendo vantagens competitivas que estimulassem o consumidor a comprar seu produto ou serviços.

Atualmente, com produtos alinhados no quesito qualidade, as marcas tornaram-se a principal diferenciação para agregar valor ao negócio das organizações. Visando atender aos desejos e necessidades dos clientes, elas são as responsáveis por disseminar suas convicções e fazer com que eles enxerguem a posse do produto como ganho de status. Todo esse cenário mercadológico fez com que as marcas se tornassem o principal rendimento das empresas, chegando a valer bilhões de dólares no mercado.

De olho no mercado consumidor, é necessário que os detentores das marcas tenham um cuidado especial com a comunicação realizada. Isto porque se as mensagens não forem bem direcionadas para os públicos definidos previamente, podem acabar sofrendo do fenômeno chamado “entropia marcária”. Este termo refere-se à dificuldade de compreensão das pessoas perante alguma comunicação ou dado disponibilizado pelas organizações. Esse efeito pode ser prejudicial para as empresas, causando desgastes para sua imagem institucional, o que pode impactar no fim da cadeia comercial.

O ranking BrandZ ,divulgado pela consultoria Millward Brown, lista a valorização das principais marcas mundiais em 2012 e serve de base para demonstrar o quanto as empresas são afetadas por esse fator institucional. Uma das maiores redes de fast food mundial, o Mc Donald’s, teve uma desvalorização de 5%, enquanto empresas de tecnologia como Google e Apple tiveram taxas de crescimento elevadas. Mas como uma marca alimentícia, com mais de 50 anos de existência, tem queda acentuada e marcas relativamente novas no mercado têm crescido todos os anos?

Isto pode ser explicado por duas grandes tendências que vêm afetando a vida das pessoas no mundo inteiro: a conquista de uma vida mais saudável e a ampliação da conectividade das pessoas na Internet. No primeiro caso, relacionado ao Mc Donald’s, a busca por uma alimentação correta e o combate de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade, são alguns dos fatores que afastam os consumidores do fast food. No segundo caso, que aborda as empresas de tecnologia, a disseminação do uso de Internet nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos e o aumento dos aplicativos que facilitam a vida das pessoas, minimizando o tempo gasto em atividades diárias, são as principais causas da valorização de marcas como Google e Apple.

Essas novas tendências vieram para ficar e cabe às empresas se adaptarem a esse novo mercado, sem que isso mude seu core business. Prova disso é a Coca-Cola, que vem se mantendo na sexta posição do ranking, investe pesado em produtos de baixa caloria e amplifica suas categorias, criando novos produtos como sucos e até mesmo roupas.

Em uma época na qual a concorrência chega quase a ser desleal, empresas que não criam uma identidade com a qual seus consumidores se identificam estão fadadas ao decrescimento. É necessário criar estratégias que foquem em relacionamento, mídia, comunicação, e investir pesado na marca institucional, pois só assim as empresas podem criar uma sobrevida no mercado competitivo conquistando maior fati
a de share. Além disso, é necessário que o desempenho dessas estratégias seja analisado no dia a dia, pois, qualquer deslize pode ser fatal para as organizações, criando lascas em sua imagem e reputação.

*Aline Terras é formada em Relações Públicas pela Universidade Metodista de São Paulo, e pós-graduanda em Comunicação e Marketing. Tem experiência em comunicação interna e assessoria de imprensa, principalmente nos segmentos de beleza, moda e luxo. Atualmente faz parte do LINK Team (www.linkportal.com.br) E-mail: linkalineterras@linkportal.com.br.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A revolução corporativa na internet

Por Giovana Baria*


Consideradas como porta de entrada,
as mídias online, como Facebook,
Twitter, entre outras, tornaram-se ponte
entre os públicos e as corporações.
Vivemos em um mundo dinâmico no qual milhares de notícias são transmitidas por minuto. Esse cenário, que exige rapidez, foi essencial para transformar as redes sociais em um dos principais instrumentos da comunicação moderna. Servindo como filtro para que cada indivíduo tenha acesso às informações de seu próprio interesse, essa ferramenta digital serve como formadora de redes de contatos.

A globalização e a conscientização das pessoas, que passaram a exigir transparência em todas as ações das organizações, foram alguns dos fatores que levaram as empresas a se inserirem nesse novo conceito de comunicação. Consideradas como porta de entrada, as mídias online, como Facebook, Twitter, entre outras, tornaram-se ponte entre os públicos e as corporações.

As redes têm como objetivo a interação entre pessoas, isso porque facilitam o diálogo de mão dupla e minimizam o ruído entre os comunicadores de ambos os lados.  Além disso, a inserção nos veículos online tornou-se essencial para alavancar os negócios, pois o consumidor tem preferência pela compra de produtos de empresas, que mantêm um canal direto e aberto com eles.

O desafio das organizações agora é saber como entrar nesse novo segmento, pois quem não está presente nesses novos canais acaba não sendo lembrado pelo grande público. Por esse motivo, recomenda-se o uso consciente das mídias corretas, para atingir os públicos desejados.

Mas como a inserção digital das empresas pode ser medida? Hoje, já existem ferramentas que podem medir a quantidade e a qualidade das citações que envolvem o nome de uma determinada organização. Além disso, dentro dessas mídias existem aplicativos que possibilitam a criação de links patrocinados, e-commerce, entre outros quesitos. Um case que pode explicitar essa situação é o do Ponto Frio, que divulgou ter faturado R$ 20 milhões, em 2012, apenas por meio das ações comerciais que integravam o Twitter e o Facebook.

Todas essas informações levam a crer que manter redes sociais só trazem benefícios para as organizações, porém, é preciso enxergar o lado do comportamento humano analisar como as pessoas estão participando e interagindo dentro desses grupos. Uma alusão clara a isso é a qualidade do treinamento dos funcionários responsáveis pelas atualizações das páginas corporativas. Se não forem bem treinados e não tiverem conhecimento das ferramentas que possibilitam a presença das instituições na web, pode ser um entrave para a marca institucional.

Outro ponto que vale ressaltar são as normas corporativas que devem ser disseminadas entre os colaboradores referentes ao uso das mídias sociais. Nesse regulamento deve estar explícito o poder dessa nova forma de comunicação de massa e o cuidado com as informações da organização, disseminadas nos ambientes virtuais.

Ainda de olho no consumidor, é indicado ter cautela ao monopolizar investimentos comunicacionais em apenas um tipo de veículo, seja ele tradicional ou digital. Existem pessoas que apresentam resistência ou não têm acesso ao uso de ferramentas online. Deste modo, é preciso continuar investindo em veículos como jornais e revistas impressos, rádio e televisão, que passam uma imagem confiável para os públicos não conectados.

Os investimentos nesses novos meios devem ser analisados constantemente, devido ao seu caráter transitório e dinâmico. Desde o final do século XX, não é mais possível estar ausente da web, pois, na Era Digital, as empresas correm o risco de ser vistas como ultrapassadas. Além disso, é necessário ser consciente e administrar os conteúdos publicados tendo em vista o mercado e seus consumidores, evitando ruídos na comunicação e estimulando a interação constante.

Fica claro, portanto, que estar presente nas redes sociais é importante, mas não deve ser tido como regra de conduta. Pensando na esfera empresarial, é necessário enxergar se, em longo prazo, a empresa será capaz de atender a novas demandas geradas pela mídia online. Apesar de ser um agregador de conteúdo e um facilitador na comunicação, o mais importante para as organizações ainda é desenvolver um bom planejamento e estreitar relacionamento com os seus públicos, independente das ferramentas que cada corporação optar por usar.

*Giovana Baria é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi, tem expertise em redação, comunicação interna e assessoria de imprensa, trabalhando em empresas como o Metrô de São Paulo e Editora Globo. Engajada em cultura, adquiriu ao longo dos anos experiência com relações internacionais e organização de eventos mundiais. Está agora se especializando em mídias digitais, na parte de planejamento e conteúdo web.

terça-feira, 14 de maio de 2013

PLM: mais que integração de processos, concepção colaborativa

Por Péricles Magrin*

"O PLM tornou-se para a indústria automotiva,
de bens de consumo, eletrônicos e de alta
tecnologia uma estratégia fundamental"

A estratégia de PLM - Product Lifecycle Management ou gerenciamento do ciclo de vida do produto nasceu da necessidade do mercado industrial em aumentar sua capacidade de produção e tornou-se uma das iniciativas mais bem sucedidas da atualidade. Não é para menos, enxugar custos e otimizar competências é o sonho de consumo de dez entre dez empresas em todo o mundo.

O termo “ciclo de vida do produto” foi utilizado pela primeira vez em 1920, por economistas, para definir o modus operandi da indústria automobilística. O conceito definiria as fases de evolução de um produto: sua concepção, desenvolvimento (incluindo análises e simulações), validação do produto, maturidade (pleno desenvolvimento, inserção e comportamento funcional no mercado nativo) e finalmente, sua obsolescência.

Com a complexidade da manufatura evoluindo, logo os projetos passaram a ser realizados em duas dimensões (2D). Mas, para que o processo pudesse aproximar-se ainda mais da realidade, houve então o aprimoramento para projeções em 3D. Esse novo instrumento possibilitava enxergar o produto com mais qualidade e ainda agregava a capacidade de se manipular todos os componentes antes de passar para o processo industrial. Daí para a implantação do PLM foi apenas um passo. A ferramenta permitia trabalhar com as equipes envolvidas no processo de forma integrada, possibilitando o gerenciamento de todo o ciclo de vida do produto, desde sua concepção até o final.

Por sua eficácia no controle dos custos, criação, design, desenvolvimento e produção, o PLM tornou-se para a indústria automotiva, de bens de consumo, eletrônicos e de alta tecnologia uma estratégia fundamental para aumentar a competitividade dos negócios em escala mundial.

No Brasil, a implantação de sistemas de PLM ainda está em processo embrionário. Apenas as companhias globais contam com esse tipo de gestão. Há um longo caminho a ser percorrido antes dos brasileiros compreenderem a visão geral que possibilita a implementação de estratégias ligadas ao gerenciamento do ciclo de vida do produto.

O PLM, no entanto, traz inúmeras vantagens competitivas. Se bem implementada, uma solução de PLM garante que as empresas promovam mais rapidamente a inovação de seus produtos, por meio de um ambiente colaborativo de gestão de processos, centralizando informações e recursos de toda organização. A solução, além de reduzir tempo, otimiza e testa os processos antes mesmo da fabricação, por isso reduz custos de produção evitando o retrabalho. Tudo é planejado previamente, nos mínimos detalhes, com objetivo de dar suporte à criação, produção, gerenciamento e distribuição das informações.

Mais que uma ferramenta de gestão, como SAP e ERP, o PLM é considerado uma estratégia corporativa, pois faz com que os diversos departamentos da companhia trabalhem como um só time capacitado em projetar, testar, executar, suportar e descontinuar produtos, segundo boas práticas recomendadas e reportando as lições aprendidas.

Para isso, três fatores críticos devem conduzir a implantação de uma estratégia de PLM: inovação, produção e agilidade. O canal deve integrar todas as áreas envolvidas com o projeto. As alterações são realizadas em tempo real e compartilhadas com todos os envolvidos, desde marketing, engenharia até produção e vendas.

A integração é feita por softwares com tecnologia web, como por exemplo, cloud computing, que mantêm o ambiente colaborativo, propiciando um melhor gerenciamento e possibilitando a melhoria contínua em todas as etapas do processo, o que torna a organização mais competitiva no mercado.

Com mais visibilidade e total controle sobre o desenvolvimento de um produto, é possível aos executivos tomarem suas decisões com mais segurança, com base em informações sólidas e acompanhamento dos processos em tempo real. Isso possibilita um melhor planejamento do portfólio de materiais, redução de custos e de tempo de produção, além de otimizar os processos de decisão no lançamento de produtos. Mais eficiência, maior rentabilidade.

Empresários brasileiros devem ficar mais atentos às soluções de PLM, para garantir mais flexibilidade e agilidade de seus negócios e, assim se preparar para a revolução que está surgindo na forma de conduzir equipes para responder, de maneira mais eficiente, às mudanças e à competitividade da concorrência. Manter consultorias externas de PLM também pode ser um começo para acelerar a inovação, otimizar processos e crescer de forma sustentável.

Péricles Magrin é Enterprise Sales Executive da RTT do Brasil (www.rttbrasil.com). Atuou como Senior Sales Executive da Siemens PLM Software. Possui 19 anos de experiência nos segmentos de tecnologia da informação, telecomunicações e Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto (PLM). E-mail: mailto: rttbrasil@rttbrasil.com.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Abusos no financiamento de imóveis

Por Marco Aurélio Luz*
Marco Aurélio Luz é presidente da AMSPA.
Redução de juros, aumento do prazo para quitar as prestações do imóvel e a liberação de crédito rápido têm contribuído para que muitos brasileiros consigam realizar o sonho da casa própria. Só no 1º trimestre deste ano, a Caixa, que responde por 72,5% dos financiamentos no País, atingiu o valor recorde de R$ 28,91 bilhões na contratação de crédito imobiliário.

Nos últimos doze meses (analisados até fevereiro), foram financiadas 453 mil residências, com isso totalizando um valor de R$ 84,5 bilhões de empréstimos, conforme pesquisa da Abecip - Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança.

Diante das facilidades oferecidas pelos bancos, muitos consumidores, na ânsia de fechar o contrato, não se atentam aos detalhes. Porém, é aí que mora o perigo! Porque, durante o financiamento, o comprador pode enfrentar problemas como: inadimplência, cobrança de juros abusivos, saldo devedor e aumento das prestações sem motivo aparente.

Uma das cobranças indevidas que se observa nos contratos são os juros sobre juros tanto no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) como nos demais financiamentos imobiliários. O procedimento é ilegal, como reconhecem o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Superior Tribunal Federal (STF). No entanto, segundo relatos de mutuários, as parcelas aumentam e o comprador fica refém das instituições financeiras por não conseguir pagar, sem saber o que fazer com os juros excessivos acrescidos nas suas prestações. É a ‘inadimplência forçada’ provocada pelos próprios agentes financeiros. A solução é entrar na Justiça. Com base em jurisprudência, o mutuário pode requisitar na esfera judiciária a restituição dos encargos financeiros, mesmo aqueles que já quitaram o pagamento do imóvel.

Outra dificuldade é o mutuário não conseguir quitar as prestações, devido ao saldo devedor, no término do financiamento, chegar a ser o dobro do valor do imóvel. Para se ter uma ideia, só no Estado de São Paulo, cerca de 5 mil mutuários ainda são afetados. Em torno de 60% dos casos, os proprietários não conseguem saldar a dívida e acabam perdendo a casa própria, por desconhecer seus direitos ou por demorar muito para recorrer à Justiça. Nessa situação, o indicado é pedir uma revisão do contrato para tentar reduzir ou até mesmo anular o resíduo.

Além disso, desemprego, diminuição de renda e problemas de saúde na família são algumas das razões que podem levar ao atraso nas prestações. Isso sem falar que nem sempre a inadimplência é responsabilidade somente do mutuário. Em muitos casos, é provocada pelo agente financeiro. O consumidor é pego de surpresa com a inclusão de taxas indevidas e com o aumento das prestações acima do permitido. O recomendado é recorrer ao Judiciário quando já perceber que não será possível arcar com as parcelas. Enquanto a Justiça resolve a questão, o imóvel não poderá ser levado a leilão. Mesmo assim, se caso ocorrer, o juiz terá de suspendê-lo.

Os casos de desacordo no financiamento são muitos comuns. Levantamento realizado pela AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências, no primeiro trimestre de 2013, as reclamações contra bancos atingiram o número de 415 contra 376 no mesmo período do ano anterior, representando uma elevação de 10%. Dos queixosos, 258 moveram ação contra instituições financeiras. No ano anterior 225 entraram na Justiça, atingindo um aumento de 15%.

É uma situação injusta e inaceitável. Nossas autoridades deviam ter mais atenção com os problemas que afligem os mutuários. E, de outro lado, o comprador de tomar precauções para fugir desses abusos. Portanto, antes de fechar o negócio é essencial pedir auxílio de um advogado especializado na área imobiliária para certificar-se de todos os detalhes.

Quem dera, pudéssemos viver em um tempo de harmonia em que os direitos do outro fossem respeitados sem termos que usar dos artifícios jurídicos para não sermos lesados!
*Marco Aurélio Luz é presidente da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências. Site: www.amspa.org.br. E-mail: linkamspa@linkportal.com.br.

terça-feira, 12 de março de 2013

O custo Brasil, o Real valorizado e o “PIBINHO”

Por Ricardo Martins*
Ricardo Martins é diretor do CIESP Leste.
Pesquisa do CIESP/FIESP mostra que um produto produzido no Brasil custa 34,2% a mais do que um similar importado. Entre os fatores que encarecem o produto brasileiro estão o “custo Brasil”, velho conhecido, originado pela alta carga tributária, infraestrutura deficiente e uma legislação trabalhista obsoleta, associado a um real valorizado. A estagnação da indústria de transformação, provocada por estes fatores, está entre as causas mais importantes do fraco desempenho do PIB brasileiro.

O recém-divulgado crescimento do PIB, de apenas 0,9% em 2012, tem entre suas causas mais evidentes a retração do PIB da indústria de transformação, - 2,5%, que por sua vez, se explica pelo aumento da importação de produtos estrangeiros, grandes favorecidos com o aumento de consumo das famílias brasileiras.

O famigerado ”custo Brasil”, somatória dos grandes problemas que tiram o sono dos produtores nacionais, acrescido de um real valorizado. põe em risco a sobrevivência da indústria nacional. Para auxiliar a sociedade brasileira a compreender esse fenômeno que já não é novo, o CIESP e a FIESP acabam de divulgar o estudo “Custo Brasil e a Taxa de Câmbio na Competitividade da Indústria de Transformação Brasileira”.

A pesquisa revela que os produtos brasileiros são 34,2% mais caros do que os importados. Isto se deve às deficiências do ambiente de negócios somados à valorização do real frente ao dólar. Esta conta explica também o boom das compras realizadas no exterior por viajantes brasileiros. É muito mais vantajoso comprar produtos em Miami, onde os preços são muito menores do que aqui, em que os mesmos produtos carregam a alta carga dos tributos e do “custo Brasil”.

Críticas como estas, muitas vezes tratadas como choradeira pelos economistas de plantão, são na verdade um alerta às autoridades para que ajam com rapidez na adoção de políticas públicas estruturantes, que promovam condições isonômicas de competição entre a indústria nacional e seus concorrentes estrangeiros.

É muito importante que os burocratas do governo entendam, de uma vez por todas, que a indústria brasileira não suporta mais o caótico sistema tributário e nos deem uma trégua na edição de normas, portarias e outras maldades que nos atingem a cada instante e não nos deixam trabalhar naquilo que sabemos fazer: produzir.

As 4.500 indústrias da região Leste da cidade de São Paulo, na sua grande maioria, de porte pequeno ou médio, estão padecendo e já não conseguem dar continuidade às suas atividades. Muitas produzem bens que têm sido importados por preços muito mais baratos do que é possível produzir aqui. É muito comum a substituição de linhas de produção pela importação de produtos acabados ou matérias-primas para poder conseguir um pouco mais de competividade.

Muitas também fecham suas portas após dezenas de anos de atividade. Isto faz com que haja dispensa de trabalhadores, que são logo contratados por empresas de comércio e serviços, com salários muito menores do que os recebidos na indústria. Lamentavelmente, beneficiado pelos baixos índices de desemprego, o governo brasileiro fecha os olhos a esta nova realidade, não se preocupando com a redução dos empregos industriais e muito menos com a sobrevivência da indústria.

* Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) - Distrital Leste (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Também é vice-presidente do SICETEL - Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos. E-mail: linkciespleste@gmail.com.

Por que apostar nas pesquisas de satisfação?

Por João Vicente* e Manuel J. Vilares**

João Vicente. Para integrar as informações os
questionários devem ser contruídos à volta de
um processo de negócios.
Existem fortes razões para que o investimento na qualidade, satisfação e na lealdade do cliente conduzam a uma maior competitividade da empresa, trazendo assim, reflexos positivos nos resultados financeiros e no nível de desempenho. Para a valorização de uma empresa, é indispensável que os estudos de satisfação do cliente sejam seguidos de um programa de implementação das recomendações consideradas adequadas. A execução de tal programa deve ter um acompanhamento sistemático, permitindo a identificação dos benefícios das ações empreendidas e reorientando-as sempre que se julgue necessário.

Um estudo sobre a satisfação e lealdade é fundamental para um plano estratégico de sucesso. Uma das principais razões para que, por vezes, não haja o esforço coletivo uniforme e generalizado no sentido de medir a satisfação do cliente dentro de uma empresa, é a indefinição sobre o departamento ou área da organização que é responsável por tal medida. Não existe uma solução única para enquadrar a responsabilidade pela medida e acompanhamento da satisfação do cliente e, a não ser que exista uma metodologia formalizada, corre-se um grande risco de que os resultados não sejam devidamente utilizados e que parte de suas recomendações não sejam implementadas. A nossa recomendação é que projetos desta natureza estratégica sejam, no mínimo, apoiados pelo presidente ou CEO.

Empresas que tem o cliente no centro do seu negócio e uma metodologia formalizada relativamente à satisfação do cliente encaram não como um objeto de preocupação e discussão uma ou duas vezes por ano, mas a satisfação do cliente passa a ser uma reflexão contínua e tornando-se presente na atividade da organização e presente nos principais momentos de decisão. Para isso, as organizações muitas vezes criam comissões de qualidade/satisfação do cliente, com representantes dos departamentos envolvidos. Essas comissões reúnem-se periodicamente visando o acompanhamento dos programas e a melhoria da qualidade dos produtos e serviços. Assim, para a satisfação do cliente com a empresa, assegurar o bom funcionamento dessas comissões é primordial.

Para integrar as informações de maneira facilitada, os questionários adotados nos estudos de satisfação do cliente devem ser construídos à volta dos processos de negócios. Assim, será mais fácil estabelecer uma relação entre os resultados dos estudos que medem a satisfação do cliente e os indicadores internos de desempenho. É preciso entender que as análises de satisfação fornecem apenas uma parte da informação disponível nas organizações e que existe uma grande variedade de outras fontes.

Estudos que identifiquem claramente as necessidades e requisitos do cliente, e que consigam avaliar a importância e os impactos dos determinantes são hoje em dia, um fator de diferenciação e uma importante ferramenta de gestão. O BCSI – Indice Brasileiro de Satisfação do Cliente – segue metodologias que utilizam a modelagem por equações estruturais e que relacionam todas as variáveis e seus respectivos pesos e importâncias, permitindo assim ser focado na tomada de decisões e priorizar aquilo que traga mais retorno para a organização e para o seu cliente.

Desta forma, com um programa mais planejado em mãos, os gestores podem implementar medidas que vão desde a melhoria da imagem da organização à qualidade dos serviços e/ou produtos, aumentando a satisfação dos clientes e consequentemente, a rentabilidade do negócio.

*João Vicente é CEO da Qmetrics Brasil, formado em matemáticas aplicadas pela Universidade Autônoma de Lisboa, Pós-graduação em gestão pelo INDEG Business School, pós-graduado em IT Governance pelo Instituto Superior de Gestão. Foi diretor estatutário e ouvidor na UNIDAS rent a car –  www.qmetrics.com.br E-mail:linkqmetrics@linkportal.com.br
 

** Manuel J. Vilares é professor catedrático do Instituto Superior de Estatística e Gestão da Informação da Universidade Nova de Lisboa, consultor do Banco de Portugal e presidente do Conselho de Administração da Qmetrics – Serviços de Consultoria, Gestão e Avaliação da Qualidade e Satisfação. Doutor em Estado da Economia pela Universidade de Dijon. Foi presidente da Comissão de Reestruturação do Sistema Estatístico Nacional e presidente do Instituto Nacional de Estatística. Consultor da Comissão Europeia para assuntos de estatística e economia.