quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

GOVERNO PROCESSA TWITTER POR ALERTAS SOBRE BLITZ DE LEI SECA


Ação na Justiça Federal de Goiás pede remoção de contas que avisem sobre fiscalização no Estado


AGU argumenta que operações policiais reduzem acidentes; pedido de liminar ainda não havia sido julgado


RENATO MACHADO
DE BRASÍLIA

A AGU (Advocacia-Geral da União) entrou com uma ação civil pública para que o Twitter remova contas que alertam os motoristas sobre blitze da lei seca em Goiás.

A ação foi ajuizada na Justiça Federal de Goiás contra a Twitter Inc. -dona do microblog- e os titulares das contas que indicam horários e locais em que as autoridades de trânsito fazem as operações.

A ação vale apenas para aquele Estado.

A Procuradoria da União de Goiás, autora da ação, pediu por meio de liminar que o Twitter suspenda imediatamente as contas, inclusive as que alertam sobre radares e outras ações policiais.

A Procuradoria detectou três contas, mas a ação pode abranger outras. Uma delas já foi retirada do ar, disse a AGU.

A ação solicita multa diária de R$ 500 por descumprimento, caso a liminar seja aceita -até o início da tarde, ela ainda não tinha sido julgada.

O advogado da União em Goiás, Luís Fernando Teixeira Canedo, afirmou que não deve haver problemas para que a empresa cumpra uma eventual decisão, mesmo sendo sediada fora do país.

Ele afirma que a AGU busca possíveis escritórios de representação do Twitter no Brasil, embora por enquanto não tenha conseguido. "O próprio portal informa um endereço eletrônico para receber as demandas das polícias de todo o mundo e da Justiça."

O argumento da AGU é que a fiscalização tem papel importante na redução de acidentes e no combate a outros crimes. O órgão afirma que a conduta do Twitter e dos proprietários das contas agride a vida, a segurança e o patrimônio das pessoas.

A advocacia diz que a ação teve como base estudos -da Polícia Rodoviária Federal e do Denatran, por exemplo- que mostram que o custo de acidentes nas rodovias federais e estaduais é de R$ 24,6 bilhões ao ano (dados de 2004 e 2005).

A Folha não conseguiu contato com a Twitter Inc.


Aplicativo para celular revela local de operações

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Em São Paulo, um perfil no Twitter, que tem até aplicativo para baixar no celular, avisa onde estão as blitze da cidade.

Para infringir a lei, basta acessar o perfil @LeiSecaSP, seguido por 43 mil pessoas (muitas são colaboradoras), para saber de praticamente todas as blitze em curso.

Ontem de madrugada, tuitava-se: "RT @OgroGordo : @LeiSecaSP, blitz violenta embaixo do Minhocão sentido Villa Country [casa noturna da Barra Funda, zona oeste]".

Depois de a AGU anunciar que pode tirar do ar perfis como o @LeiSecaSP, os tuítes passaram a protestar contra "censura". Pediam, também, táxis mais baratos à noite e metrô 24 horas.

A Folha conversou ontem, pelo Twitter, com um seguidor e colaborador do @LeiSecaSP, Maurício Andrade (@contatodomau), 23.

Ele diz que tuíta quando vê uma blitz. "Com ou sem o Twitter as pessoas vão beber, não podemos ser paternalistas e decidir pelas pessoas", disse.


Fonte: Folha de S. Paulo (08/02/2012).


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PUBLICIDADE NA INTERNET BRASILEIRA DEVE BATER JORNAIS E REVISTAS ATÉ 2015, DIZ CONSULTORIA


A publicidade na internet brasileira deve superar os gastos com anúncios em jornais e revistas até 2015, seguindo fenômeno já observado nas economias mais desenvolvidas, segundo a Wark International Ad Forecast, serviço que analisa o segmento,

Pesquisa divulgada nesta semana mostra que os mercados emergentes vão garantir o crescimento da publicidade em 2012. Entre os 13 países pesquisados pela Wark, o Brasil deverá apresentar o quarto maior avanço, 8,5%, atrás de Rússia (16,5%), Índia (14%) e China (11,5%).

No ano passado, o setor de publicidade brasileiro ocupou a mesma posição, com avanço de 7,1%, em um período marcado por decréscimos em algumas das principais economias.

De acordo com o estudo, a internet puxa o crescimento dos anúncios globalmente, com variação positiva nos países pesquisados de 12,6%, seguida por TV (5,3%), Outdoors (5,1%), Cinema (3,8%) e Rádio (2,9%).

Já revistas e jornais deverão apresentar queda em 2012, de 1,2% e 2%, respectivamente, prevê a Wark. No caso do Brasil, o aumento da publicidade online deverá ser de 23,8%, informa a pesquisa. Já jornais e revistas devem avançar 3,6% e 6%, respectivamente.

"E importante lembrar que, embora tenha apenas 6% dos gastos em publicidade no Brasil, a internet cresce muito rápido, de 20% a 50% todo ano desde que iniciamos a pesquisa. Todas as outras mídias estão perdendo participação para o online, principalmente impressos e rádio, embora a TV ainda seja dominante. Imagino que a internet passará os jornais e será a segunda maior mídia em publicidade até 2015", avalia Suzy Young, editora de Informação da Wark.

Sem surpresa 

Embora os gastos com publicidade online nos países pesquisados devam crescer menos em 2012 do que em 2011, quando o aumento foi de 16,6%, o segmento deverá responder por 20% do total investido em anúncios até o fim do ano, informa a Wark.

Entre as chamadas economias desenvolvidas, Alemanha (-0,8%), França (-0,9%) e Itália (-2,3%) apresentarão em 2012 o pior desempenho de sua história na comparação com o ano anterior.

"Com os receios sobre dívida afetando mercados mais maduros e o otimismo de investidores e consumidores, não é surpresa que o crescimento do setor em 2012 venha dos países emergentes", avalia Young. Ela lembra que as eleições nos Estados Unidos e eventos esportivos como os Jogos Olímpicos evitaram cenário ainda pior.

Young observa ainda que, embora afetado pela recessão na Europa, o Brasil manteve o crescimento da publicidade, o que ocorre há dez anos.

Os gastos no setor no país terão passado de R$ 11 bilhões, em 2003, para R$ 30,1 bi, em 2012, já descontado o impacto da inflação nestes números.

"O investimento estrangeiro na indústria brasileira de comunicação tem impulsionado o crescimento de gastos em publicidade. E vai continuar", prevê.

A participação do Brasil no total aplicado nos 13 países examinados também vem aumentando: de 3,1%, em 2003, para estimados 4,5%, em 2012.

Os Estados Unidos, cuja fatia passou de 50,4% para 41,6% nos últimos dez anos, vem perdendo espaço para emergentes.

Já a participação da China terá passado de 6,5%, em 2003, para 12,2% em 2012, segundo as séries históricas da Wark.

Fonte: BBC Brasil (07/02/2012).

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MISTURA DE TWITTER E BLOG, TUMBLR COMEÇA A SE APROXIMAR DO BRASIL


Diretores da rede vêm ao país e planejam abrir escritório aqui ainda neste primeiro semestre

Usuários brasileiros são 12% dos blogs criados no Tumblr; apenas americanos são mais numerosos no serviço

ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

Descontraídos e diretos como a rede social em que trabalham, Josh Nguyen e Mark Coatney, duas das cabeças principais do Tumblr, visitaram o Brasil na semana passada com a intenção de dar mais atenção ao país.

De todas as visitas a páginas no Tumblr, 2 bilhões têm origem no país. Os brasileiros representam ainda 12% do total de usuários do serviço -número somente menor do que o dos EUA, que têm 40%.

Os internautas nacionais começaram a entrar no radar da empresa no fim de 2010, quando um grande número de acessos do Brasil travou os servidores do Tumblr, rede em que usuários postam textos, vídeos e fotos, de forma simples, com recursos similares aos de blogs e do Twitter.

"Estamos aqui para entender como o Tumblr funciona no Brasil. Nos EUA o uso profissional em geral é muito grande. Marcas também usam muito a plataforma. Já aqui, parece que o foco é o humor", comenta Coatney, que saiu da revista "Newsweek" para trabalhar no Tumblr. "Pretendemos voltar mais vezes nos próximos meses, com mais pessoas."

Os executivos passaram por São Paulo para encontrar alguém que represente a marca -muitos dos candidatos foram garimpados na rede corporativa LinkedIn pelos próprios Coatney e Nguyen.

Os diretores querem abrir um escritório aqui ainda no primeiro semestre, o primeiro fora dos EUA, e planejam uma tradução integral da plataforma para o português.

"O Brasil é onde tudo está acontecendo, é o início de um grande protagonismo tecnológico", diz Nguyen.

Na conversa com a Folha, os diretores se mostraram curiosos e fizeram várias perguntas ao repórter: "Você tem Tumblr? Você gosta, que função você mais usa? O Instagram é popular por aqui? Você sabe se os brasileiros usam muito o Foursquare?".

Apesar de ser o segundo país em número de usuários, o Brasil ocupa a primeira posição quando o assunto é tempo gasto na rede social. O brasileiro gasta, em média, 30 minutos por visita ao Tumblr, segundo os executivos.

No mundo, o serviço atingiu no mês passado a marca de 15 bilhões de visitas a páginas por mês e cerca de 120 milhões de visitantes únicos.

No início do ano passado eram 2 bilhões de visitas, o que significa um aumento de 750% em um ano.

O crescimento acelerado resultou em algumas rodadas de investimento na empresa, que hoje está avaliada em US$ 800 milhões.

"Temos dinheiro suficiente por enquanto, não pretendemos abrir o capital como fez o Facebook. Além disso, ainda somos pequenos para pensar nisso", diz Coatney.

REMIX, PIPA E SOPA

Os diretores revelaram que ainda não têm grandes problemas com direitos autorais nos tumblelogs, mas Coatney crê que isso é só uma questão de tempo. A comunidade Tumblr, seja nos EUA ou no Brasil, tem como forte característica a cultura do remix.

No mês passado, cerca de 650 mil tumblelogs ficaram fora do ar em protesto contra o Sopa e o Pipa, projetos de lei norte-americanos que, se aprovados, poderiam resultar em bloqueio de grande parte dos tumblelogs.

Após os protestos dos tumblelogs e de outros sites, como Wikipédia e Reddit, as votações foram suspensas.

Mais de 140 mil ligações foram feitas ao Congresso do país por pessoas que mantêm tumblelogs. "Foi uma boa demonstração de nosso poder de mobilização", diz Coatney. "Eu acredito que, quando você remixa algo, cria algo totalmente novo!", completa.

Fonte: Folha de S. Paulo (06/01/2012).

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

VALOR DO FACEBOOK NA BOLSA PODE CHEGAR A US$ 100 BI


Em esperada entrada no mercado de ações, gigante das redes sociais ainda precisa demonstrar usuário 'rentável'

No registro oficial da oferta, empresa reconhece que ritmo de crescimento deve perder força no futuro

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

O lançamento de ações do Facebook, o mais aguardado no setor de tecnologia desde a operação do Google, em 2004, pode elevar a US$ 100 bilhões (R$ 172 bilhões) o valor da empresa, segundo as altas expectativas que o mercado mantém em relação à oferta pública acionária.

"É inteiramente plausível que o Facebook alcance US$ 100 bilhões ou mais. O Facebook e outras mídias sociais são muito populares", analisa Laura DiDio, da consultoria Itic.

Caso a cifra seja alcançada, o Facebook seria maior que gigantes como a Ford.

Mesmo com tanto otimismo, a rede social parece consciente dos desafios pela frente. A empresa fala em levantar US$ 5 bilhões com o ingresso na Bolsa e é cautelosa em relação à possibilidade de repetir o resultado de 2011. A volatilidade atual do mercado acionário é desafio.

Os números, que se tornaram públicos com o registro da operação, confirmaram que a maioria das receitas vem dos anúncios, com 85% do faturamento. A participação nas vendas de bens virtuais para jogos é outra fonte importante.

Os resultados em 2011 animaram os analistas, embora haja pontos de controvérsia. As receitas atingiram US$ 3,7 bilhões, avanço de 88% em relação à 2010, mas abaixo dos US$ 4,5 bilhões que o mercado estimava. Com 845 milhões de usuários, a rede quer chegar a 1 bilhão até o meio do ano.

DiDio ressalva que agora a principal dúvida é se a empresa tem condições de se tornar rentável. Ela afirma que cada usuário gera US$ 4,39 de receita. Segundo o "Financial Times", no Google, o valor chega a US$ 27.

O Facebook reconhece no comunicado que os saltos na receita e no número de usuários devem se desacelerar.

Fonte: Folha de S. Paulo (03/02/2012).

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

MARKETING PODE GANHAR COM O FIM DAS SACOLINHAS PLÁSTICAS


Alternativa às sacolinhas é desafio para companhias.


CLÁUDIO MARTINS

Marcas devem aproveitar o momento para se aproximar dos consumidores e mudar a imagem de poluidoras do meio ambiente

A substituição das sacolas de petróleo nos supermercados de São Paulo por suas concorrentes biodegradáveis vendidas a preço de custo, no último dia 25, tem gerado expectativas não apenas entre os consumidores, mas também entre os varejistas, que podem estar se perguntando como podem obter vantagens nesse processo e evitar a insatisfação do cliente.

Um dos principais desafios para os as empresas será educar o consumidor e apresentar as vantagens em adotar este novo comportamento em prol do meio ambiente, da maneira mais clara possível.

A maior pergunta que se deve levantar neste momento é como as marcas podem tirar proveito das mudanças. Entre as oportunidades proporcionadas às companhias, principalmente aos supermercadistas, está a chance de deixarem de ser vistas como vilãs do meio ambiente com a distribuição desenfreada de sacolas plásticas e aprofundar o relacionamento com o consumidor.

“A partir de agora, ao adotar estas novas medidas, os varejistas vão poder livrar as suas empresas da imagem do ‘lixo assinado’, as próprias sacolas que estampavam as marcas de supermercados e entupiam bueiros, além de poluirem as cidades”, declara Antonio Gandra, vice-presidente da Associação de Supermercados Paulista (APAS).

Consumidores estão dispostos a mudar

A Apas é uma das organizações que, junto com a Prefeitura, a Secretaria do Meio Ambiente, o Governo do Estado de São Paulo e o Procon, firmou o acordo de substituição das sacolas nos supermercados, baseado no projeto de lei 496/2007. Para incentivar os consumidores a mudarem o hábito e levarem sacolas retornáveis ou adquirirem a versão biodegradável por R$ 0,19, a associação criou a plataforma “Vamos tirar o planeta do sufoco”. Entre as iniciativas da campanha estão mensagens de conscientização em outdoors, busdoor e até sacolas gigantescas em pontos de grande movimentação da capital paulista.

Nos supermercados estão sendo exibidos, em cada ponto de check-out, cartazes com os dizeres “Poupe Recursos Naturias! Use Sacolas Reutilizáveis”. A iniciativa conta ainda com um site e pretende tirar de circulação 6,6 bilhões de sacolas plásticas por ano. A empreitada tem o apoio de empresas como Walmart, Carrefour e Pão de Açúcar, que incorporaram em suas lojas as mudanças sugeridas pela Apas.

Mesmo antes de o projeto valer para todo o estado de São Paulo, cidades como Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Jundiaí, no interior de São Paulo, já tinham colocado em prática a substituição, há um ano. “O que se podia notar é que os consumidores estavam cansados da poluição e dos estragos causados pelos sacos plásticos, descartados indiscriminadamente. Em Jundiaí, a população se mostrava disposta à mudança e, após um ano do projeto instalado, a aprovação chegou a 80% sendo relatada também a economia nos cofres públicos com a limpeza da cidade”, relata o vice-presidente da Apas.

Incentivo nos pontos de venda

O Pão de Açúcar é uma das empresas que apoia a iniciativa da Apas. Antes mesmo do projeto entrar em vigor, a rede varejista já mantinha ações sustentáveis em seus pontos de venda, incluindo o incentivo ao abandono das sacolinhas plásticas. As chamadas “lojas verdes” do grupo em São Paulo oferecem como alternativa 13 sacolas retornáveis com preços que vão de R$ 2,99 a modelos mais resistentes, custando R$ 13,90, além de caixas de papelão.

Os pontos de venda sustentáveis da rede contam ainda com estações de reciclagem em parceria com a PepsiCo e a Unilever. No local, os consumidores podem deixar embalagens que serão levadas pela empresa para serem reaproveitadas. De 2001, quando o projeto foi criado, até 2010, foram reaproveitadas cerca de 50 mil toneladas de material.

O Extra também conta com ações para educar os clientes a respeito do uso desenfreado das sacolas plásticas. Desde 2008, os supermercados da bandeira em São Paulo realizam a Quinta-Feira sem Sacola, eliminando no dia, o uso das sacolinhas.

O Walmart também incentiva a redução do uso das sacolas, dando desconto de R$ 0,03, a cada cinco produtos comprados, para os consumidores que trouxerem suas próprias sacolas. O projeto foi iniciado em 2008 e já gerou uma economia de R$ 2,2 milhões para os clientes da rede de varejo.

Outra empresa que passou a adotar medidas sustentáveis em suas promoções foi a Procter & Gamble. A companhia criou a ação “Volte Sempre”, em parceria com a rede Carrefour, e, na compra de produtos da marca, os clientes concorrem a nove prêmios de R$ 10 mil em barras de ouro. O diferencial da promoção é que os consumidores receberão gratuitamente sacolas de papel para levar os itens da P&G adquiridos.

Diálogo para convencer o consumidor

Os colaboradores são parte importante da estratégia para educar o público a respeito da substituição das sacolas. Apesar de 60% dos brasileiros serem favoráveis à medida, segundo um estudo do Ministério do Meio Ambiente, é preciso se preocupar com os outros 40%. “O trabalho com os profissionais na área de check-out deve ser intensificado para que eles tenham conhecimento suficiente para argumentar juntos aos consumidores que podem não gostar de ter de pagar por algo que antes era falsamente gratuito, pois o custo das sacolas estava incorporado aos preços dos supermercados”, explica Gandra.

Outro ponto que deve ser levado em conta é que, segundo o mesmo estudo do Ministério do Meio Ambiente, 21% dos brasileiros não saberiam como acondicionar o lixo em suas residências sem as sacolas plásticas.

“Antigamente havia um desperdício, pois muitos consumidores não exploravam a capacidade total dos sacos plásticos, gerando um grande volume de descarte indevido. Como o brasileiro vai passar a gastar dinheiro com esse material, esse uso será mais racionalizado e a expectativa é uma redução nos próximos anos”, afirma o vice-presidente da Apas, que reitera “Esse é o primeiro passo, pois a partir de 2014, quando entrará em vigor um projeto de lei sobre o descarte de resíduos sólidos, as empresas terão que se preparar para se responsabilizarem pelo devido fim de produtos como sofás, móveis e eletrodomésticos, quando os consumidores adquirirem novos itens para suas casas”.

Fonte: Revista Exame (02/02/2012). Foto: Cristiano Mariz/Exame.com .

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

CRESCE NA INTERNET O BRANDING COMMERCE, NOVO CONCEITO DE MARKETING DIGITAL


Crescem assuntos sobre negócios virtuais na imprensa.

Por LINK Portal


Com o comércio eletrônico em crescimento no Brasil, é natural que assuntos relacionados ao setor estejam mais presentes na mídia. A LINK Portal da Comunicação acaba de conquistar a conta Labiz Group, por isso vai facilitar o acesso de especialistas em negócios virtuais como fonte de informações à mídia nacional.

De acordo com levantamento da Forrester Research, em 2011, o varejo eletrônico no Brasil apresentou um crescimento de 21% em relação a 2010, totalizando R$ 21,5 bilhões. Já a publicidade na Internet, segundo dados do Ibope, aumentou sua receita bruta em 71% no ano passado e gerou quase R$ 5,4 bilhões no mesmo período.

Por conta do aumento desse segmento, jornais, veículos on line, revistas setorizadas, rádio e TV, a todo momento, buscam profissionais capacitados em negócios virtuais para que se tornem fontes de informação para as publicações. Foi com este intuito que o Labiz Group – Laboratório de Negócios Digitais fechou parceria com a LINK Portal da Comunicação, empresa que atua há mais de 10 anos em assessoria de imprensa e comunicação integrada. "É pertinente que uma empresa, que já tenha estrutura e conhecimento para falar sobre mercado digital e marcas, busque um relacionamento mais profissional com a mídia", revela Clarice Pereira, coordenadora de Comunicação.

Segundo a jornalista, o objetivo da parceria com o Labiz Group, é proporcionar informações apuradas aos colegas das redações, de preferência em primeira-mão e com exclusividade, de forma a otimizar o trabalho da imprensa, além de facilitar o acesso aos especialistas do Labiz Group. "Procuraremos fortalecer o desempenho dos repórteres na apuração dos assuntos, transferindo 'as matérias a credibilidade do grupo e seu sucesso no mercado de negócios digitais", explica.

A empresa é responsável por criar e implantar vários produtos e serviços para que as marcas na Internet tenham mais visibilidade. Busca atuar diretamente no perfil do negócio do cliente e traz soluções diferenciadas para que a comercialização via web realmente traga bons resultados. "As operações começam com o estudo da marca e concepção do produto, gestão de produtos e conteúdos, formas de comercialização, meios de pagamento e controles até a logística de distribuição. Esse é o diferencial que trabalharemos no relacionamento com os jornalistas," comenta Clarice Pereira.

Martílio Bueno, diretor do Labiz Group, possui formação em Publicidade e Propaganda pela FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado. Atuou em empresas como Perdigão, Unilever e Danone. Desenvolveu soluções de branding commerce (com personalização da marca e comercialização digital de produtos) para Meepix, Ediouro, 3M, Neymar Oficial Store.

Bueno informa que o apoio da mídia será fundamental para promover a discussão sobre a personalização do produto como instrumento para venda da marca. "O novo conceito de branding commerce está surgindo com força total. É um processo que começa com pesquisa de mercado via redes sociais, desenvolvimento de produto, gestão de negócio, comercialização digital até a distribuição e pós-venda. A mídia que cobre a área de marketing deve estar atenta a esse assunto", salienta o marqueteiro.


Foto: Divulgação.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

FACEBOOK SUPERA AUDIÊNCIA DO ORKUT

Por Redação Link


Segundo o instituto, no Brasil, o Facebook teve 36,1 milhões de visitantes únicos em dezembro, aumento de 192% em um ano

O que parecia inevitável aconteceu. No mês passado, a audiência do Facebook ultrapassou a do Orkut, de acordo com os números da ComScore divulgados nesta terça-feira, 17. O Brasil era um dos sete países em que o Facebook não era a rede social predominante — restam agora China, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Polônia e Rússia.

Pelos números, o site de Zuckerberg alcançou 36,1 milhões de visitantes únicos neste último mês de 2011. Um ano antes, a audiência era de 12,3 milhões. O crescimento foi de 192% no período.

Já o Orkut deixou de ser líder de audiência nas redes sociais e ficou em segundo lugar com 34,4 milhões de visitantes (alta de 5% em relação a 2010).  No geral, a audiência das redes sociais cresceu 12% em um ano. O Tumblr é outro site que liderou a alta. O site passou de 1,3 milhões de visitas para 4 milhões, um salto de 206%.

“O rápido crescimento do Facebook no mercado brasileiro certamente foi uma das evoluções mais interessantes de 2011″, disse Alex Banks, gerente da ComScore para o Brasil.

A avaliação do instituto de medição não leva em conta acessos feitos nem por meio de computadores em lan houses, nem por aparelhos móveis.

A lista de redes sociais mais acessadas é seguida por Windows Live — o MSN –, com 13,3 milhões (alta de 13%); Twitter em 4º com 12,4 milhões (alta de 40%); o jovem Google Plus, que teve em dezembro sua primeira medição no País, com 4,3 milhões; e o LinkedIn, com 3,1 milhões de visitantes únicos. Veja os dados completos na tabela:

 
Na tabela abaixo, é possível ver o perfil dos usuários do Facebook analisado pela ComScore. A quantidade de homens  e de mulheres é quase a mesma. Há cerca de 600 mulheres a mais na rede. As faixas etárias que vão de 15-24 anos e 25-34 representam a maioria dos usuários. Cada uma equivale a cerca de 30% dos usuários. Sobre a distribuição entre os Estados, os paulistas são maioria (34,2%), seguido do Rio de Janeiro (12,9%), Paraná (7,4%) e Minas Gerais (7,1%).


Fonte: O Estado de S. Paulo (17/01/2012).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

VEJA A DIFERENÇA ENTRE UM ÂNCORA E UM LEITOR DE NOTÍCIAS

Por Maurício Styler 

A figura do “âncora” de telejornal é motivo de alguma confusão no Brasil. Qual é exatamente o seu papel? Neila Medeiros apresenta o jornal “SBT Brasília”.  Um exemplo do tipo de intervenção que um âncora pode fazer foi visto recentemente e se transformou em hit na internet.  Ocorreu após o noticiário que ela apresenta exibir o típico blablablá de um homem público diante do microfone.

Pressionado por uma repórter do SBT, o secretário de Obras de Luiziânia se enrolou todo ao explicar o fiasco nas obras de prevenção a enchentes da cidade. “Criticar é fácil, agora fazer as coisas no período de chuvas é difícil”, ele disse. Um dos culpados, acrescentou o secretário, é a imprensa. “Ao invés de ajudar, ela não deixa a gente trabalhar. Eu tô desde ontem só no telefone e dando entrevista (…) e isso aí atrapalha o serviço da gente”.

Ao fim do VT, Neila não consegue esconder sua revolta e desabafa ao vivo: “Gente, me desculpa, mas dizer que a imprensa atrapalha? Esse buraco onde caiu o caminhão, que vocês viram na matéria, foi anunciado por nós. (…) Não fizeram por culpa da imprensa? Como assim?” E disse ainda: “Por que não fez na época da estiagem? Já ouviu falar em prevenção?”

Para quem só vê os noticiários da Rede Globo, a intervenção da âncora do “SBT Brasília” chega a ser chocante. Orientados a parecer mais “humanos”, os principais apresentadores da emissora carioca estão tentando fugir do figurino engessado de outros tempos, mas as suas intervenções são de outro tipo. Eles têm chamado mais atenção pelas gracinhas que protagonizam do que por suas opiniões.

Chico Pinheiro, fã de samba e futebol, assumiu o lugar de Renato Machado, especialista em vinhos, no comando “Bom Dia Brasil”, e passou o final do ano lamentando o desempenho das equipes mineiras no Brasileirão. Cesar Tralli, agora no comando do “SP TV”, foi ao camarim de Zezé di Camargo e Luciano falar sobre as botas novas dos cantores e chamou o mais novo de “Lu”.

Sandra Annenberg, no “Hoje”, transformou uma gafe (“Que deselegante!”) em bordão. Seu companheiro, Evaristo Costa, fez sucesso com uma piada de criança (“gosta de mamão, Sandra?)”. Já William Bonner e sua companheira de bancada, primeiro Fátima Bernardes, depois Patrícia Poeta, se especializaram em ler notícias trocando olhares.

Diferentemente da âncora do SBT, todos estes jornalistas dão a impressão de não ter o direito de dizer o que pensam enquanto apresentam seus telejornais. São chamados de “âncoras”, mas na prática são simpáticos e, agora, divertidos leitores de notícias.

Bonner, Sandra, Evaristo & Cia podem fazer gracinhas ao vivo, mas evitam (ou são impedidos de) opinar, elogiar, manifestar indignação com o noticiário ou se posicionar diante de fatos que merecem mais do que um relato básico. Faz muita diferença, como você pode ver abaixo, na intervenção da âncora do SBT. É só um buraco de rua e um secretário sem noção, mas faz toda a diferença: http://www.youtube.com/watch?v=tzlTjSDY1Mo .

Fonte: Blog Maurício Styler (Uol – 16/01/2012). Foto: Divulgação.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MADE IN BRAZIL



NELSON DE SÁ
Quando a Band afastou Rafinha Bastos por uma piada, abriu a porta para o desconhecido. Na entrada do ano, o comediante fechou com o Netflix -serviço de vídeo por demanda, recém-chegado ao país- e estreou três especiais de “stand-up”.
A contratação deve ser anunciada hoje pela programadora de TV paga Fox, que investe em conteúdo nacional para ser concorrente de fato da Globosat. “Ainda não posso comentar”, diz Marcelo Cataldi, vice-presidente da Fox Brasil.
Rafinha é parte de um movimento maior da TV por assinatura em 2012, cujos motores são a nova lei da TV paga, a maior competição tanto entre programadoras como operadoras e o avanço do vídeo por demanda, via web.
Momento nacional

A Fox estreia o Fox Sports no dia 5 e enfrenta resistência de operadoras que controlam a TV paga, Sky (satélite) e Net (cabo), que pertencem a grupos associados à Globo. Anunciou que seu canal Speed dará lugar ao de esportes -que tem exclusividade da Libertadores na TV paga.
Na última sexta [20/1], o Meio & Mensagem noticiou que a Fox deu novo passo ao comprar o BandSports, que tem direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres com SporTV, da Globosat, e ESPN, da Disney. A concorrência fez o SporTV escalar Galvão Bueno para os jogos.
A aposta no Fox Sports “por si só já sinaliza que a perspectiva é muito boa para a TV paga”, diz Cataldi.
A Fox investe no país em resposta ao aumento de demanda por TV paga, que credita “em boa parte” à classe C, que agora tem “condições de experimentar [a TV por assinatura] e está gostando”.
O novo canal “está alinhado com o momento da TV por assinatura”, diz Cataldi. Em 2011, a Fox já lançou o Bem Simples, “100% produção local”, e fez as séries “9 MM” e “Bicho Papão”, o documentário “Across the Amazon” e programas como “O Guia”, de gastronomia, “sucessos” de outros canais seus.
Mas esporte é o foco em 2012. “Os anos pares tendem a ser anos em que a TV paga tem ganhos de participação no bolo publicitário, em função de grandes eventos como os Jogos Olímpicos”, diz Alberto Pecegueiro, presidente da Globosat. “A perspectiva é manter em 2012 um crescimento do faturamento acima da média do mercado.”
Ele diz que a nova lei da TV paga (12.485), que entra em vigor neste ano e estabelece cotas de conteúdo nacional, “vai acelerar o processo, principalmente nos canais internacionais”, de maior atenção à produção brasileira.
Pecegueiro critica o que avalia como “benefício” ao programador internacional de TV paga: normas fiscais estipulam que, “do imposto sobre a remessa de dinheiro, parte pode ser usada para produzir conteúdo no país”, o que favoreceria Fox, HBO e Turner. “O programador brasileiro fica em desvantagem. Toda a nossa produção é feita com dinheiro de verdade.”
Neste ano de mais concorrência, o grande lançamento da Globosat é o canal infantil Gloob. A nova programação só entra no ar depois do Carnaval.
Televisão na internet investe na produção de conteúdo nacional

Um produtor de São Paulo, que pede anonimato, relata que seus negócios estão sendo alavancados não pela TV paga, mas por um novo ator: o vídeo por demanda, via internet. Serviços como o Netflix passaram a investir em produção nacional.
Criado há quatro anos nos EUA e instalado há quatro meses no Brasil, o Netflix cobra R$ 14,99 por mês para permitir o acesso, de início, a 1.300 títulos, entre filmes e séries. O acesso pelo televisor é feito hoje com consoles de games (PS3, Wii, Xbox) e outros aparelhos, além das novas “smarTVs”, televisores com navegação on-line.
Jonathan Friedland, vice-presidente global de comunicação e marketing do Netflix, diz que o avanço inicial no Brasil, “nosso primeiro serviço em língua estrangeira”, foi lento, melhorando perto do Natal com a viabilização do acesso por mais consoles.
Não dá números, mas em carta aos acionistas o Netflix disse estar “servindo centenas de milhares de latino-americanos”, 40% brasileiros.
Segundo seu presidente, Reed Hastings, “é cedo para dizer se vamos chegar ao equilíbrio entre receita e despesa [break even] em dois anos, como gostaríamos”. Ele e Friedland preferem destacar que é hora de “aprender”.
No Brasil, o Netflix já aprendeu que, embora a classe C queira filmes e séries dubladas, a maioria dos assinantes iniciais tem renda maior, é jovem e quer legendas.
E quer conteúdo nacional, mas “alternativo, diferente”, daí o investimento em produções como os especiais de Rafinha e do UFC. “Estamos falando com produtores e também com redes. Licenciamos conteúdo da Globo para o resto da América Latina. Rafinha está na América Latina, nos EUA e no Canadá.”
Friedland avisa que vai às compras em fevereiro no Rio Content, feira criada em 2011 pelos produtores independentes que acabou atraindo 2.000 pessoas. Neste ano, a palestra central será de Jack Bender, diretor de “Lost”.
“A gente pensa sobre isso o tempo inteiro, acompanha de perto”, diz Alberto Pecegueiro, da Globosat, sobre a chegada do vídeo sob demanda.
No início de 2011, nos EUA, as operadoras de cabo sofreram sua primeira queda na base de assinantes. “Pela primeira vez, a conexão do domicílio poderia estar sendo abalada pela oferta de conteúdo da internet”, diz ele. “Mas o ano fechou, e a conclusão foi que a queda se deu mais em função da recessão.”
Pecegueiro diz que “é claro que se constata, nas pesquisas, aumento no consumo de vídeos”, daí a resposta de operadoras e programadoras, nos EUA e agora no Brasil, com a “TV everywhere”, permitindo acesso aos programas via internet, em qualquer tela. “Até aqui não há nenhuma 'disrupção' no negócio de TV paga.”
Friedland diz que “todos se movem nessa direção. Em dez anos, todos vão estar lá, até a Globo”. (Nelson de Sá)

Nova lei incentiva parcerias com independentes

A TV paga cresceu 30,5% em 2011, mas o avanço se concentrou no serviço por satélite, não a cabo. Para este ano, com a lei 12.485, que abre o cabo às teles, “você tem injeção maior de recursos e competição maior”, comemora Marco Altberg, presidente da ABPI-TV, associação das produtoras independentes.

Alexandre Annenberg, da ABTA, associação que reúne operadoras e programadoras, saúda a lei pelo impulso que vai dar ao cabo, que atravessou uma década paralisado: “O DTH [satélite] cresceu expressivamente, mas porque o cabo ficou estagnado”.
Hoje, “de modo geral, só uma empresa oferece o serviço por cabos, a Net”, diz Alex Galvão, que cuida da regulamentação na Agência Nacional do Cinema. “As outras, Telefônica, Oi, estavam impedidas. Com a nova lei, elas poderão e certamente farão [o serviço por cabo].”
A lei, cuja regulamentação entrou em consulta pública na semana passada, também diz que “no mínimo 3h30min semanais dos conteúdos no horário nobre deverão ser brasileiros”, tanto por cabo como satélite, com “metade de produtora independente”.
“Houve um impulso pela lei, mas já estávamos tendendo para isso, para nos aproximarmos mais do consumidor, culturalmente falando”, diz Marcelo Cataldi, vice-presidente da Fox. Para este ano, ele anuncia “vários produtos já a caminho, em parceria com produtoras locais”.
Annenberg avalia que a cota “sem dúvida está estimulando o setor, sobretudo a produção independente”, porém “quem tem potencial para alavancar a indústria do audiovisual” no país não é a TV paga, e sim a TV aberta. “Mas ela está toda blindada, de forma a resguardar seu modelo de negócios.” (NS)


Fonte: Observatório da Imprensa (24/01/2012 - reproduzido da Folha de S. Paulo, 23/01/2012).

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

BRASIL CAI 41 POSIÇÕES NO RANKING DE LIBERDADE DE IMPRENSA


Favela de Antares: Ernani Alves, repórter da Band (dir.), que estava com o colega de trabalho, o cinegrafista Gelson Domingos, minutos antes dele ser baleado (Fernando Quevedo / Agência O Globo)

É a 2ª queda mais acentuada entre países da América Latina, diz organização
O Brasil caiu 41 posições no Ranking de Liberdade de Imprensa, realizado anualmente pela organização Repórteres Sem Fronteiras. O país caiu do 58º lugar, que ocupava em 2010, para o 99º, no levantamento 2011-2012 divulgado nesta quarta-feira. Esta é a segunda queda mais acentuada entre os países da América Latina, destaca a entidade, que relaciona o péssimo desempenho brasileiro ao "alto índice de violência" e a mortes de jornalistas no ano passado (sem detalhar, a organização fala em três casos; em novembro, um cinegrafista foi morto ao cobrir uma ação do Bope no Rio). 

Só o Chile registrou performance pior que a brasileira na região, perdendo 47 colocações, principalmente em função dos protestos estudantis. A pesquisa, que completa uma década, atribui notas a 179 países de acordo com os perigos que os profissionais da imprensa encontram para trabalhar (os melhores colocados recebem pontuação negativa).

"Este ano, o ranking apresenta o mesmo grupo de países no topo. Entre as nações estão Finlândia, Noruega e Holanda, que respeitam a liberdade básica. Isso é um lembrete de que a independência da mídia só pode ser mantida em democracias fortes e que a democracia precisa de liberdade de imprensa", destacam os Repórteres Sem Fronteiras, em comunicado. "Vale a pena notar a entrada de Cabo Verde e Namíbia para o Top 20 - dois países africanos onde nenhuma tentativa de obstrução do trabalho da imprensa foi relatado em 2011", acrescentam.

Ditaduras - Já na outra ponta da tabela, entre as piores colocações, não há surpresas. "Ditaduras que não permitem qualquer liberdade civil ocupam novamente os últimos três lugares (Turcomenistão, Coreia do Norte e Eritreia). Este ano, eles são imediatamente precedidos por Síria, Irã e China, "países que parecem ter perdido o contato com a realidade, pois têm sido sugados para dentro de uma espiral louca de terror", enfatiza a organização.

Além da Síria, outros países atingidos pelas revoltas árabes, como Egito, Iêmen e Barein, também apresentam índices alarmantes. "Muitos meios de comunicação pagaram caro pela cobertura das aspirações democráticas ou movimentos da oposição. A censura passou a ser uma questão de sobrevivência para os regimes totalitários e repressivos."

Confira, abaixo, o desempenho de cada país:

- Finlândia 
      Noruega

- Estônia
      Holanda

- Áustria
...
47º - Estados Unidos
...
99º - Brasil
...
175º - Irã

176º - Síria

Fonte: Veja On line




terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CANSAÇO DA WEB AINDA ESTÁ LONGE DO BRASIL


Redes sociais continuam a crescer no país, e consultoria estrangeira orienta seus clientes a investir nos emergentes

Sinais de reação à vida digital surgem nos bolsões em que a disseminação de mídia é mais amadurecida

NELSON DE SÁ E ALEXANDRE ARAGÃO
DE SÃO PAULO

O Brasil está longe da saturação social observada nos EUA: o Facebook cresceu 192% em um ano, chegou a 36 milhões de usuários e ultrapassou afinal o Orkut -que também cresceu, mas 5%, segundo a comScore.

Em relatório, a consultoria Forrester Research até recomenda, aos investidores e profissionais de marketing: "Se você está colocando todos os esforços sociais nos EUA, é hora de mudar seu foco -e seu orçamento- para países onde os usuários são mais sociais".

"Os emergentes lideram o mundo na adoção de mídia social, enquanto mercados tradicionais ficaram para trás", diz o estudo, destacando, entre os emergentes, China, Índia e Brasil.

Mas já se percebem por aqui os primeiros sinais de uma reação à vida digital e aos seus efeitos sobre a produtividade, ao menos nos bolsões em que a disseminação de mídia social é maior e mais amadurecida.

Num exemplo prosaico, a presidente Dilma Rousseff abandonou o Twitter há mais de um ano, apesar dos reclamos gerais, "por falta de tempo", segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Ela continua com a internet presente em seu cotidiano, mas como "espectadora", na classificação da Forrester para internautas de mercados "maduros" como os EUA.

No caso, Dilma usa a internet para consumo de jornais e revistas, o que ocupa entre uma hora e uma hora e meia de seu tempo, pela manhã. Tem como base um notebook, que fica em sua mesa, e usa tablet para leitura de títulos, inclusive internacionais, como o "Financial Times". Iniciado o trabalho, não permite nem celular nas reuniões.

Corroborando estudos que indicam que a internet prejudica não apenas a criatividade das pessoas mas a sua própria humanidade, o diretor de teatro Antunes Filho abandonou seu notebook, que deu para um assistente.
"Eu gosto de ficar com a cabeça livre", responde Antunes, ao ser questionado sobre criatividade. "A internet é o grande cheio. Você tem de ficar no grande vazio, no grande zen, solto, nuvem branca correndo no céu."

"DESATIVEI"

Também são comuns os casos de jovens que se desligam da rede para estudar. É o caso da estudante brasiliense Isabele Bachtold, 24, que fez uma pausa para se dedicar mais ao concurso do Instituto Rio Branco.

"Eu acabava entrando [na internet] para tirar alguma dúvida, aí ficava no Facebook e, quando percebia, já tinha passado meia hora", conta. Assim, tomou a decisão de desativar a conta. "Desativei, em vez de deletar, porque pretendo voltar", diz Isabele.

Até agora, a estudante não sentiu tanta falta da rede social -o Facebook era a única que usava. "Eu só sinto falta de saber o que está acontecendo na cidade."

Dos amigos que mantinha na rede, 13 eram os que Isabele interagia com mais frequência. "Sempre que tinha novidades, alguém postava nesse grupo. Continuo me encontrando com eles." 

Fonte: Folha de S. Paulo – 23/01/2012